Antes de cairmos na
estrada (é uma excursão, lembram?), fizemos aquele tour básico na capital.
Lisboa tem uma história que remonta a 3.200 anos, tendo passado por essas
terras fenícios, gregos, cartagineses, romanos, visigodos e mouros. Invasões,
guerras, dominação, escravização... aquelas práticas que se repetem na história
da humanidade. Vestígios desses povos estão no idioma, na comida, em construções,
em artefatos que hoje podem ser vistos, por exemplo, no Museu Arqueológico do
Carmo (dele falarei numa outra crônica).
Alguns lugares pelos
quais passamos durante o tour realmente merecem uma visitação mais atenta, não
só da parte exterior. Como a belíssima Torre de Belém,
construída no século XVI como fortaleza. O assédio de mulheres vendendo suvenires
(a guia nos diz que são ciganas) um teste de paciência. São insistentes. Mas a
beleza do lugar vale o sacrifício.
Torre de Belém, por outro ângulo |
A cara é de quem já está pensando: será que a gringa já bateu a foto? O sorriso já congelou. |
O Panteão
dos Descobrimentos também é majestoso
e seu acervo deve valer uma visita. Não tem aquela aura secular (é dos anos
1960), mas marca presença às margens do Tejo. Desses e de outros lugares ficam
os registros na agenda para, quem sabe, um retorno, um dia, sem pressa (que não
demore mais dez anos!).
No Mosteiro dos Jerónimos, também do século XVI, uma fila imensa desencorajava
qualquer tentativa de visitação. Mas visitamos a igreja do Mosteiro, belíssima,
onde o incensado arquiteto contemporâneo Santiago Calatrava (aquele do Museu do Amanhã, no Rio) deve ter se inspirado.
Numa panorâmica da
cidade, vemos a Ponte
suspensa 25 de Abril, por onde transitam carros e comboios, ligando Lisboa à
cidade de Almada, na outra margem do Tejo. Do ônibus vemos também o estádio do
Sporting (não sei por dentro, mas por fora fica devendo muito em beleza e
charme ao do Benfica) e belas fachadas.
Fora do nosso tour,
mas perto do hotel onde nos hospedamos (VIP Executive Art’s), está a Lisboa do século XXI, a parte moderna da cidade. Ali fica o Parque das
Nações, algo como o Boulevard
Olímpico no Rio. Fica ali também a Estação
Oriente, onde circulam o metrô e trens (ou comboios) para outras cidades. Em
2007 embarquei ali num trem para a cidade do Faro, no Algarve, de onde guardo
preciosas lembranças.
Achei a estação bem caidinha por dentro, mal sinalizada
(aliás, parece ser um hábito que os nativos não percebem como uma falha,
inclusive no aeroporto). Não condiz com a cúpula grandiosa, obra do Calatrava,
que se destaca na paisagem.
O Centro
Vasco da Gama (o termo shopping center não é usado em Portugal)
tem uma ligação subterrânea com a Estação Oriente. Possui uma bela área externa,
com uma vista panorâmica do Parque, onde se pode admirar o Tejo e o Teleférico
como um grande colar em contínuo movimento. Por ali também está o famoso Oceanário, um dos maiores do mundo (ambos merecem um post
exclusivo).
Estação Oriente |
Parque das Nações visto do Hotel Vip Arts |
Parque das Nações visto da área externa do Centro Vasco da Gama |
À noite, fui, com
alguma desconfiança, para um espetáculo no Páteo
de Alfama. O fado, perdoem-me os
amigos portugueses, não está entre minhas preferências musicais (também não
aprecio a música italiana, apesar de minha ascendência). Bem, pois foi uma boa
surpresa. Além das belas vozes e da excelência dos músicos, a noite não ficou
só na sofrência. Os artistas
apresentaram músicas folclóricas de várias regiões do país e até um esquete de
humor. E o jantar também valeu a pena. As fotos não estão boas, mas valem
como registro.
E caminhar pelas vielas da Alfama é um ótimo jeito de sentir a alma de Lisboa.
Ainda veria muito
mais de Lisboa, especialmente a parte que carinhosamente chamo de “velharias”, mas não só ela, ao
voltar da excursão pelo centro/norte de Portugal.
2 comentários:
Gostei muito. Saudade de Lisboa.
Lisboa e saudade são quase sinônimos.
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