segunda-feira, 22 de abril de 2019

CRÔNICAS DO CARAÇA (2) – Santuário, RPPN e a vizinhança do Lobo

Santuário visto do mirante do cruzeiro

Chegamos ao Caraça para o almoço. No fogão a lenha, a comida é típica mineira. O ambiente é muito simples, mas funcional, limpo e bem organizado. O luxo é a beleza do lugar e a qualidade do que é servido, tudo fresco e sem venenos. Espere simpatia e boa vontade, mas não mordomia. Terminou de comer? Leve seu prato até a cozinha que alguém sorridente irá recebê-lo. 

Vista da estrada de acesso



"Caraça, a porta do céu".







O Complexo Santuário do Caraça ocupa uma extensão de 11.233 hectares, onde estão localizados o Conjunto Arquitetônico do Santuário, a área da RPPN (área de 10.187 ha) e áreas de manejo. No Conjunto Arquitetônico estão a igreja neogótica, o prédio do antigo colégio (hoje museu e biblioteca, que estava fechado para obras) e a pousada. Na área de manejo estão localizadas a Fazenda do Engenho, o Buraco da Boiada, a Fazenda do Capivari. Desde sua fundação em 1774, o complexo do Santuário passou por algumas modificações.

Caraça em 1805, ainda com a igreja antiga.

Caraça em 1880, já com a nova igreja e as alas ampliadas

Caraça em 1890



 







Parte do antigo Colégio, atingido por um incêndio em 1968 , hoje biblioteca e museu.



Por esta rampa chega o lobo guará, vindo da mata


A pousada é bem maior do que eu imaginava. São várias acomodações, no prédio principal e outros anexos. Coube a mim um quarto a poucos passos do adro da igreja, onde o lobo guará vem comer no final do dia. É uma ala parcialmente fechada. Separadas por uma porta ficam as acomodações dos padres. Um quarto de monja, com uma vista de rainha.


Casa da Ponte, que também serve de pousada.

Jardim interno numa das alas de quartos.



Sala de TV.




Por onde o lobo guará chega, visto do adro da igreja.

Igreja, vista dos fundos.
Acesso a um dos refeitórios.
Corredor ao fundo, acesso a meu quarto.

Meu quarto, 3a. janela superior, a partir da direita.
Quarto de monja, com vista de rainha.

Vista da janela

Vista da janela

Vista da janela
 Fome saciada, bagagem instalada no quarto, fui explorar a vizinhança, inclusive a igreja. O verde cerca tudo. Em pleno fevereiro, a temperatura amena é um presente para quem saiu do calor sufocante do Rio. 


Via Sacra e Calvário










Pintura de Mestre Ataíde



 
Adro da igreja

Adro da igreja

 Depois de umas voltas, fui em busca do sagrado café da tarde. Na lanchonete, dividi com um abusado passarinho meu pedaço de bolo. 



Os horários da pousada são monásticos: o jantar é de 18h às 19h30. Difícil ter fome a essa hora, mas comi um pouco - até porque a fome ia bater mais tarde - com o pensamento no visitante noturno. Jantar encerrado, o monitor do Santuário coloca no adro da igreja o tabuleiro com carcaças de frango e frutas para o grande astro do Caraça. A ansiedade é enorme. E se ele não vier? Não queria nem pensar em voltar pra casa sem ter conhecido o Guará. A espera foi longa, mas largamente compensada por um show de beleza, que vou contar no próximo capítulo.

À espera do lobo-guará