domingo, 29 de novembro de 2009

GRAFITE CONTRA O ÓDIO


O grafite vem ganhando espaço nas galerias de arte e outros eventos, visto hoje não apenas como uma arte menor, da cultura Hip-Hop. Eu pessoalmente adoro ver os muros da cidade pintados com cores vibrantes, imagens expressivas, sejam para alegrar, denunciar, divertir quem passa. Torna a cidade mais humana. Os subúrbios – tão maltratados – ficariam mais alegres se os muros da rede ferroviária que cortam a zona norte da cidade fossem cobertos por esses grafiteiros do bem.

Estas fotos mostram como a criatividade, a arte e a não-violência podem vencer a ignorância, o preconceito, a intolerância. Em cima de uma pichação de ódio, um artista pintou a imagem de um sertanejo na caatinga. O muro é de uma pensão na região central de São Paulo, onde vivem migrantes nordestinos.

Recebi o texto e fotos de um grupo virtual. A fonte que consta é: SÉRGIO RIPARDO - colaboração para a Livraria da Folha.

sábado, 28 de novembro de 2009

SALA ESCURA – CONFUSÕES EM FAMÍLIA


City Island é uma vila pesqueira no Bronx, bairro de Nova York. Um lugar bem diferente da imagem típica que nos vem à mente quando falamos da Big Apple. Confusões em Família também difere e está acima da média dos filmes do gênero bateu/levou em família. Misturando drama e comédia, a receita tem ingredientes bem conhecidos: mulher insatisfeita, homem meio obcecado pelo trabalho, filhos que não são exatamente modelos de responsabilidades e sinceridade.

Mas há novidades no longa de De Fellitta, tanto nas doses certeiras de humor, como no roteiro que flui redondo, sem buracos e onde as peças se encaixam sem forçar a barra. Andy Garcia está excelente na pele do agente penitenciário (não ouse chamá-lo de carcereiro) Vince Rizzo, que manda no trabalho, mas não consegue ter autoridade dentro de casa. Personagens estressados que fumam às escondidas uns dos outros. Mas cada um tem seu segredo, especialmente Vince, que guarda uma secreta paixão pela arte de atuar e esconde no banheiro um livro sobre a vida de Marlon Brando. Mas há outros segredos e as surpresas que não deixam a peteca cair e fazem do longa algo mais que mera diversão. E a música também é ótima. Esqueça o título bobo da tradução (mais um!) e vá ao cinema sem medo de ser feliz. Estréia no Rio no dia 11/12.

CONFUSÕES EM FAMÍLIA (City Island)
Direção: Raymond de Felitta
Clasificação: 14 anos – Duração 103 min - EUA, 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

DO PORÃO DE BANDEIRA DE MELLO


“...Navego e trago dentro de mim, como num porão cheio de lembranças amontoadas no decurso dos tempos, já com a linha de flutuação submersa, o registro de minhas relações com todos os lugares onde vivi, com paisagens percorridas ou imaginadas, vistas em um relance fugaz em viagens hipotéticas ou não e mais com as ideias lidas ou ouvidas nas esquinas da vida, ponte de encontro dos que se movem.... então é preciso desenhar e pintar...”

Percorrendo a exposição “Eu existo assim” na Galeria 2 da Caixa Cultural, podemos ler em cada uma das obras expostas cada palavra deste depoimento de Lydio Bandeira de Mello. Nas cores fortes do projeto para o SENAC (1995), no impacto da figura do peregrino (ou será um missionário?), com seu rosto e mãos incrivelmente expressivos, emergindo do branco (sem título, 2009), ou na suavidade/sensualidade da mulher nua, onde quase se pode sentir a textura de sua pele, do cabelo negro, ou do tecido que a cobre/descobre (sem titulo, 2004).

Das imagens pintadas ou desenhadas pelo artista, diz Angela Ancora da Luz, Diretora da Escola de Belas Artes: “...a figura humana surge vitoriosa. Ela não possui apenas ossos e músculos, pele e fisionomia. Bandeira pinta a alma...”

A exposição fica na Caixa – um pouco a casa de Bandeira de Mello, já que acolhe nas paredes do mezanino enormes painéis feitos especialmente para o edifício-sede, nos anos 1970 - até o dia 17 de janeiro. No próximo sábado, dia 28/11, Bandeira de Mello estará lá, às 15h para um debate, e às 19h numa visita guiada. Detalhes na Agenda.