|
Rio Douro segue sereno entre a Ribeira e a Vila Nova de Gaia |
Se Lisboa é banhada
pelo Tejo, a cidade do Porto é ao mesmo tempo cortada e unida pelo Rio Douro. A
Ribeira espia a Vila Nova de Gaia, na outra margem, com as caves onde descansa
o famoso Vinho do Porto. A bebida ganhou prestígio especialmente por conta das
exportações de vinho para a Inglaterra, ainda no século XVIII.
A localização
privilegiada fez a cidade do Porto prosperar com o comércio marítimo,
principalmente após as descobertas dos navegadores, nos séculos XV e XVI. Olha o
Brasil aí!
|
Chegando ao Porto |
|
Cruzando a ponte sobre o Douro |
|
Cais da Ribeira |
|
A Ribeira vista da Vila Nova de Gaia |
|
Vila Nova de Gaia vista da Ribeira |
O nome do país vem
do Condado Portucalense, antiga designação do Porto, ainda que o “marco zero”
de Portugal seja a cidade de Guimarães (que visitamos logo depois). O nome
remonta à ocupação romana, ainda no século III (confira a história aqui).
Patrimônio Mundial
da UNESCO, a parte antiga da cidade abriga, entre outros monumentos, a Sé do Porto,
do século XII, que visitamos durante um tour básico pela cidade. Com a quantidade de gente circulando por ali, tem-se que disputar um bom ângulo para fazer as fotos.
|
Terreiro da Sé |
Depois do tour,
fizemos a clássica visita a uma cave e um breve passeio de barco. Não foi um cruzeiro até
as vinícolas,
nas terras do Alto Douro, mas pudemos ver a cidade de um ângulo diferente. Um
almoço num tradicional restaurante da Vila de Gaia, com muito vinho, fechou a manhã.
|
Tour panorâmico pela cidade |
|
Visita guiada à cave da Calem |
|
Navegando pelo Douro |
|
A Ribeira vista do barco |
|
Depois de alguns copos de vinho, tentando socializar com a fauna local. |
Não cheguei a Santiago
de Compostela (que visitamos em seguida) como peregrina, mas no Porto peregrinei
bastante. Com algum tempo livre à tarde, optei por percorrer a cidade em busca
dos lugares que guardava na memória. Tentando decifrar o mapa disponível no hotel,
saí em busca da tal Rua Santa Catarina, recomendada aos turistas por concentrar
lojas, restaurantes e um pequeno shopping
center. Tem umas edificações interessantes, mas me pareceu um calçadão
desses que temos por aqui, só que bem longo. Talvez, com menos gente transitando,
a famosa rua se mostre mais atraente.
Desisti do badalado e
realmente belo Majestic Café,
sempre com fila na porta. Tinha muito que investigar e, além de pouco tempo
disponível, uma chuvinha começava a cair. Já querendo desistir da empreitada em
busca das memórias perdidas, num último “esforço de reportagem”, encontrei o fim
da rua e, logo ao lado, a Igreja de Santo
Ildefonso. Eureka! Era uma referência para outros locais onde eu tinha
estado dez anos antes e que queria muito rever.
|
Igreja Santo Ildefonso, salvadora. Cheguei durante uma missa e ainda peguei carona no Pai Nosso. Como sempre, uma movimentação incessante de gente subindo e descendo. | |
Encontrei-me, então,
no Porto da minha lembrança, ainda que fervilhando de gente e sem o frio de
fevereiro. Estavam lá as ladeiras, a estátua do vendedor de jornais, a Praça da Liberdade,
a bela Estação São Bento, de onde partem os comboios. As árvores, peladas no
inverno de 2007, se exibiam verdinhas nesse verão de 2017.
|
Estação de comboios São Bento |
|
Praça da Liberdade, com D.Pedro IV de Portugal, D.Pedro I do Brasil |
|
Praça com a estátua do vendedor de jornais |
|
A mesma praça no inverno de 2007, com a bela magnólia florida. |
Cansada com o
sobe-desce de ladeiras, mas animada pelas descobertas e revigorada por um café
com pastel de nata do Jeronymo, na
estação São Bento, desci pelas vielas até a Ribeira. As ruas e o Cais da
Ribeira estavam com muitos tapumes, obras. Um palco e enormes caixas de som
ofuscavam um pouco o charme da paisagem. Esta foi uma situação que vi em outras
regiões, imagino que se repita nos verões, com as cidades cheias de gente, há
shows e eventos.
|
Café e pastel de nata delícia, no Jeronymo |
|
Trânsito pesado na cidade |
|
Ruas, ladeiras e vielas |
|
Bar xará em 2007 |
|
Cris Bar 2017, sai a Coca-Cola entra a Super Bock. |
|
Já avistando o Douro |
Minha memória
guardava imagens de uma Ribeira tomada por ruidosos torcedores do Chelsea. Naquele
21 de fevereiro de 2007, o clube inglês ia enfrentar o F.C. Porto no Estádio do
Dragão, pela Champions League (quer
saber o resultado do jogo? Clique aqui).
|
A Ribeira, em 21/02/2007 |
Agora, nada de
bandeiras do Chelsea ou ingleses fanáticos, mas, mesmo sem a agitação das
torcidas, o movimento era grande, com muitos estrangeiros circulando.
Anoitecendo, o vento
à beira do Douro já incomodava e a chuva não tardou a cair. Hora de retornar ao hotel e me preparar para continuar a jornada no dia seguinte, rumo à Espanha.
De volta às ladeiras, um adeus, ou até
um dia, ao Porto de tantas histórias e memórias.
|
Estação São Bento, à direita |
|
Muitos caminhos, no Porto |
Nenhum comentário:
Postar um comentário