terça-feira, 17 de outubro de 2017

CRÔNICAS LUSITANAS (5) – O PORTO

Rio Douro segue sereno entre a Ribeira e a Vila Nova de Gaia


Se Lisboa é banhada pelo Tejo, a cidade do Porto é ao mesmo tempo cortada e unida pelo Rio Douro. A Ribeira espia a Vila Nova de Gaia, na outra margem, com as caves onde descansa o famoso Vinho do Porto. A bebida ganhou prestígio especialmente por conta das exportações de vinho para a Inglaterra, ainda no século XVIII.

A localização privilegiada fez a cidade do Porto prosperar com o comércio marítimo, principalmente após as descobertas dos navegadores, nos séculos XV e XVI. Olha o Brasil aí! 

Chegando ao Porto
Cruzando a ponte sobre o Douro
Cais da Ribeira
A Ribeira vista da Vila Nova de Gaia
Vila Nova de Gaia vista da Ribeira
 

 


O nome do país vem do Condado Portucalense, antiga designação do Porto, ainda que o “marco zero” de Portugal seja a cidade de Guimarães (que visitamos logo depois). O nome remonta à ocupação romana, ainda no século III (confira a história aqui).

Patrimônio Mundial da UNESCO, a parte antiga da cidade abriga, entre outros monumentos, a Sé do Porto, do século XII, que visitamos durante um tour básico pela cidade. Com a quantidade de gente circulando por ali, tem-se que disputar um bom ângulo para fazer as fotos.




Terreiro da Sé





Depois do tour, fizemos a clássica visita a uma cave e um breve passeio de barco. Não foi um cruzeiro até as vinícolas, nas terras do Alto Douro, mas pudemos ver a cidade de um ângulo diferente. Um almoço num tradicional restaurante da Vila de Gaia, com muito vinho, fechou a manhã.
Tour panorâmico pela cidade


 
Visita guiada à cave da Calem

Navegando pelo Douro

A Ribeira vista do barco

Depois de alguns copos de vinho, tentando socializar com a fauna local.
  Não cheguei a Santiago de Compostela (que visitamos em seguida) como peregrina, mas no Porto peregrinei bastante. Com algum tempo livre à tarde, optei por percorrer a cidade em busca dos lugares que guardava na memória. Tentando decifrar o mapa disponível no hotel, saí em busca da tal Rua Santa Catarina, recomendada aos turistas por concentrar lojas, restaurantes e um pequeno shopping center. Tem umas edificações interessantes, mas me pareceu um calçadão desses que temos por aqui, só que bem longo. Talvez, com menos gente transitando, a famosa rua se mostre mais atraente.

Desisti do badalado e realmente belo Majestic Café, sempre com fila na porta. Tinha muito que investigar e, além de pouco tempo disponível, uma chuvinha começava a cair. Já querendo desistir da empreitada em busca das memórias perdidas, num último “esforço de reportagem”, encontrei o fim da rua e, logo ao lado, a Igreja de Santo Ildefonso. Eureka! Era uma referência para outros locais onde eu tinha estado dez anos antes e que queria muito rever.


Igreja Santo Ildefonso, salvadora. Cheguei durante uma missa e ainda peguei carona no Pai Nosso. Como sempre, uma movimentação incessante de gente subindo e descendo.

 Encontrei-me, então, no Porto da minha lembrança, ainda que fervilhando de gente e sem o frio de fevereiro. Estavam lá as ladeiras, a estátua do vendedor de jornais, a Praça da Liberdade, a bela Estação São Bento, de onde partem os comboios. As árvores, peladas no inverno de 2007, se exibiam verdinhas nesse verão de 2017.


Estação de comboios São Bento
Praça da Liberdade, com D.Pedro IV de Portugal, D.Pedro I do Brasil
Praça com a estátua do vendedor de jornais
A mesma praça no inverno de 2007, com a bela magnólia florida.
 Cansada com o sobe-desce de ladeiras, mas animada pelas descobertas e revigorada por um café com pastel de nata do Jeronymo, na estação São Bento, desci pelas vielas até a Ribeira. As ruas e o Cais da Ribeira estavam com muitos tapumes, obras. Um palco e enormes caixas de som ofuscavam um pouco o charme da paisagem. Esta foi uma situação que vi em outras regiões, imagino que se repita nos verões, com as cidades cheias de gente, há shows e eventos. 
 
Café e pastel de nata delícia, no Jeronymo

Trânsito pesado na cidade

Ruas, ladeiras e vielas
 


Bar xará em 2007

Cris Bar 2017, sai a Coca-Cola entra a Super Bock.

Já avistando o Douro
 Minha memória guardava imagens de uma Ribeira tomada por ruidosos torcedores do Chelsea. Naquele 21 de fevereiro de 2007, o clube inglês ia enfrentar o F.C. Porto no Estádio do Dragão, pela Champions League (quer saber o resultado do jogo? Clique aqui).


A Ribeira, em 21/02/2007

 Agora, nada de bandeiras do Chelsea ou ingleses fanáticos, mas, mesmo sem a agitação das torcidas, o movimento era grande, com muitos estrangeiros circulando.


 
Anoitecendo, o vento à beira do Douro já incomodava e a chuva não tardou a cair. Hora de retornar ao hotel e me preparar para continuar a jornada no dia seguinte, rumo à Espanha.  De volta às ladeiras, um adeus, ou até um dia, ao Porto de tantas histórias e memórias. 
Estação São Bento, à direita

Muitos caminhos, no Porto
 

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