Janela x Windows |
Começamos o terceiro dia de
exploração no Caraça descendo pela estrada de acesso ao Santuário para tomar a
trilha que vai ao Banho do Imperador e ao Tanque Grande.
Saindo do asfalto, pegamos
as Trilhas da Anta. Passamos pelo Banho do Imperador, que nos
pareceu bem modesto para um monarca. Talvez fosse esta mesmo a ideia. Sendo
mais discreto, estaria mais adequado a Sua Alteza.
Seguimos depois para o
Tanque Grande, numa caminhada de cerca de 20 minutos. Um belo visual nos
esperava. Uns pingos de chuva já molhavam as lentes das câmeras, mas
conseguimos fazer alguns registros.
Seguindo pelas Trilhas da Anta |
Na volta, a chuva já caía
forte e chapinhávamos nas poças. O solo é arenoso em alguns trechos, com muitas
pedras. Meu abrigo laranja, escandaloso na cor, mas frágil no quesito proteção,
não segurou tanta água. Cheguei de volta ao quarto molhada até os ossos. Mas
feliz, como não?
Enquanto percorríamos as
trilhas, avistamos ao longe a capela que pretendíamos conhecer à tarde, mas com
tanta chuva e sendo uma trilha mais pesada, ficou só na vontade.
Um belo e centenário Carvalho Francês |
Informações e educação ambiental no Centro de Visitantes |
Identificando as pegadas de cada animal |
O guia Aldo, sempre
convincente, me encorajou a subir até o Mirante do Cruzeiro, e lá fomos nós, três
valentes senhoras, mais nosso incansável guia. Enveredamos pelo caminho a
partir do arco por onde o lobo aparece à noite. Descemos um trecho e logo encontramos
a “Pedra do Imperador” onde, pelo que contam, Pedro II teria escorregado. Fui
solidária ao meu querido marido e dei uma “escorregada” também.
Aqui, dizem, D.Pedro II escorregou em 1881. |
A subida até o Mirante não
chega a ser difícil, mas é uma trilha nível médio, mais puxada do que as que
havíamos percorrido. Ainda mais que estávamos com pressa, temendo a chuvarada
que ameaçava cair de novo. O esforço foi recompensado. A vista é belíssima e se
tem a noção real (se é que isso é possível) da grandiosidade do Santuário.
A vegetação surpreende. |
Viagem chegando ao fim,
arrumar mala, embalar roupas e botas encharcadas, tomar o café com bolo na
lanchonete, correr na lojinha para comprar alguns souvenirs (não só para ter
uma lembrança, mas como apoio material ao Caraça).
Após o jantar, mais uma
noite de espera vã pelo lobo. Resisti até tarde, conversando com um dos
monitores. Todos são muito gentis e bem preparados para atender e orientar os
visitantes, assim como os demais funcionários. O complexo todo é muito
organizado. As trilhas e atrativos da RPPN também são bem sinalizados.
Se o lobo não veio, um
visitante nada agradável resolveu aparecer na minha cama e espetar minhas
pernas: um besouro verde (não era o dos quadrinhos) que me deu o maior susto e me
fez pular da cama apavorada. Após uma árdua batalha com o intruso, consegui prendê-lo
sob a cesta de lixo e pude voltar a dormir. Bem, podia ser pior, se fosse “aquele”
inseto urbano. Aí eu possivelmente teria acordado o Santuário inteiro.
Na manhã seguinte, depois do
último café da manhã naquele refeitório aconchegante, prontos para a partida, posamos
junto à lanchonete, próxima ao carvalho francês. Nada de adeus, Caraça. Um até
breve é bem melhor. Afinal, minha xará tinha razão.
Teresa Cristina, na manhã do dia 17 de fevereiro de 2019, desejando já voltar aqui. |
(A situação das barragens na
região de Barão de Cocais e Santa Bárbara se agravou depois desta nossa viagem,
em fevereiro, e outra excursão, que aconteceria em junho, foi cancelada. Mas voltarei lá, em excursão ou não.)
Links com mais informações:
Nenhum comentário:
Postar um comentário