Catedral de Santo Isaac, no ônibus turístico e ao fundo |
No dia 14/09
deixamos Helsinque pela manhã para embarcar no trem Allegro, rumo a São Petersburgo. Uma viagem de 3h30min, a
cerca de 210 km/h. A esta velocidade e com a chuva que caía, não deu para
registrar muita coisa da paisagem, basicamente florestas finlandesas. Duas
horas depois da partida, cruzamos a fronteira Finlândia/Rússia em Vainikkala.
Vainikkala é
o ponto onde a polícia de imigração russa sobe a bordo. E aí, meu amigo, a
ordem é não sair do seu lugar. Como eu estava num dos últimos vagões, eles
levaram um bom tempo até chegar a meu assento e minha intenção de comer algo no vagão restaurante –
a fome era grande - foi para o espaço.
Uma jovem policial e
um russo grandalhão apareceram enfim. A moça, sempre muito séria, falou algumas
vezes pelo rádio e só consegui entender que dizia que não havia apenas brasileiros,
mas portugueses também. Imaginei que se referia às duas guias que nos
acompanhavam. Ao contrário de brasileiros, que não precisam de visto, creio que
por conta de acordo dos BRICS, portugueses precisam. Preenchemos um formulário,
como também acontece em outros países, com instruções em russo e inglês.
Sempre sisuda, fez
várias perguntas à nossa guia (em inglês) que eu pude acompanhar, pois
estávamos bem próximas. Queria saber sobre os motivos de nossa viagem e se
havíamos feito compras de itens caros. Vários dos muitos chineses que estavam
no trem tiveram de abrir suas inúmeras malas. E eu nem sabia onde estava a
minha! Rolou uma certa apreensão, mas, afinal, com a PF daqui também rola.
Cumprimentei a
policial com meu escasso russo e me preparei para ter que responder algo em
inglês, mas a moça não quis papo comigo. Carimbou meu passaporte, não sei se
por acaso ou com intenção, na última folha. Alívio! Faminta, mas oficialmente em
território russo!
Ainda no trem, troquei
80 euros por 4.750 rublos, uma taxa bem desfavorável, mas certamente no hotel
seria pior e não queria chegar sem a moeda local.
Chegamos à
bela São Petersburgo por volta de 15h, com o relógio adiantado em mais uma hora
devido ao fuso horário. Fomos direto para o charmoso Hotel Angleterre, que fica em frente à Igreja de Santo Isaac. Em
frente não significa exatamente perto, já que tudo por lá é grandioso: ruas,
praças, avenidas... A TV do quarto me dava boas vindas e já avisava que a previsão era de
mais chuva.
Hotel Angleterre com restaurante СЧАСТЬЕ (Felicidade) na esquina |
Catedral de Santo Issac |
Bailarinas pelos corredores do Hotel Angleterre |
Boas vindas na TV do quarto e a previsão do tempo |
Castigada
pela fome, e de olho no relógio, pois tínhamos um passeio de barco pelo Rio Neva (Река Нева = Riká Nievá) antes do
anoitecer, pedi uma pizza no restaurante do Hotel. Quando chegou à mesa,
entendi porque era um tanto cara (550 rublos, mais de 30 reais). Não era uma
porção individual, como eu imaginava, mas uma pizza enorme! Engoli duas fatias
e fui em busca do tour pelo rio.
O tempo em
São Petersburgo não é dos mais animadores. A cidade faz jus à fama de bela, mas
com um péssimo clima. Pelo que contam, chove e venta muito, quase sempre. E foi
sob uma chuvinha que partimos para o passeio no Neva, já quase anoitecendo. No
trajeto, deu para ter uma ideia das muitas belezas da capital cultural da
Rússia.
Cidade de muitas pontes |
O barco não
era lá grande coisa, mas a chuva deu uma trégua e pudemos subir para o convés e,
deslizando pelas águas, admirar catedrais, museus, pontes, sob um ângulo
diferente. E ver de perto o cruzador Aurora,
marco da Revolução Bolchevique, que hoje abriga um museu.
Na paisagem tem também umas modernidades feiosas. |
O histórico cruzador Aurora que marcou o início da revolução bolchevique em 1917 |
O imponente e belíssimo Museu Hermitage (Эрмитаж) |
Ainda caindo a ficha
de que eu estava na Rússia, na tão sonhada São Petersburgo, a ex-Petrogrado
fundada por Pedro, o Grande, em 1703; a ex-Leningrado,
sitiada pelos nazistas por mais de 800 dias entre 1941 e 1944, deitei curtindo
cada minuto e saboreando por antecipação a programação do dia seguinte: tour
pela cidade, visita à Fortaleza de Pedro e Paulo e sua Catedral, lojinhas de
souvenires, e espetáculo de danças russas à
noite. Спокойной ночи (spakôinei nôchii
– boa noite).
2 comentários:
Adorei a crônica!!!! Deu a maior vontade de conhecer a Cidade.Preciso me programar...
Vá sim, Mavi. Se possível com mais tempo. Espero poder voltar num futuro próximo.
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