Dia de tour e
contato mais íntimo com a cidade. Passamos primeiro pela Catedral Naval de São Nicolau, de um belo azul, do século XVIII, época da fundação
da cidade por Pedro, o Grande. Tem ao lado um bonito jardim. As ruas do entorno
também são amplas, floridas, tudo muito limpo.
Fomos depois
até a impressionante Igreja do Salvador do Sangue Derramado. Este estranho nome vem do atentado a bomba sofrido no mesmo local pelo czar, ou
tsár (царь), Alexander II, em 1881. A igreja foi construída em 1882, por ordem de Alexandre III, em memória
do pai assassinado, que, 20 anos antes, havia decretado o fim da servidão,
sistema de exploração a que eram submetidos os camponeses russos. Segundo nossa
guia Natasha, uma vidente havia previsto tal atentado, mas mesmo assim não pôde
ser evitado.
Um casal de turistas coreanos me pediu para fotografá-los.
Muito simpáticos, me disseram viver nos EUA. Aproveitei para pedir que
registrassem minha passagem por ali. Andaimes de obras de manutenção
atrapalharam um pouco o visual, e não consegui tempo para voltar e visitá-la
por dentro, mas ver a fachada de perto já valeu.
Natasha, uma
loura com cerca de 1,80m, num Português com sotaque carregado, sempre muito
simpática, nos informa que a população de São Petersburgo oficialmente é de 5
milhões de habitantes, mas 8 milhões na verdade vivem na cidade, muitos
imigrantes. Ainda que as avenidas sejam largas, as muitas pontes engarrafam nos
horários de movimento.
Na Rússia de
hoje, o ensino e a saúde continuam sob o Estado, como no regime soviético, mas
também há instituições privadas. Contudo, explica Natasha, os médicos
particulares costumam inventar doenças e são vistos com desconfiança pela
população. Como os exames na rede privada são mais rápidos, as pessoas em geral
fazem lá os exames e levam para os médicos do Estado. Mazelas de um país em
fase de grandes transformações políticas e sociais. E nada estranhas para nós,
brasileiros.
Durante os
deslocamentos, mais encantos de São Petersburgo, ou simplesmente Petersburgo, ou
mesmo Peter, para os íntimos, aparecem pelas janelas do ônibus. E alguns
tímidos sinais da Copa do Mundo.
Polícia na área |
Estátua de Pedro, o Grande, fundador da cidade |
Ao fundo, a Igreja do Salvador do Sangue Derramado |
Alguns indícios da Copa do Mundo, a nove meses da competição |
Fan zone garantida! |
Seguimos
depois para a Fortaleza de Pedro e Paulo e sua catedral, que é também um mausoléu onde estão
as tumbas da nobreza russa, inclusive de Nicolau II, deposto e morto após a
Revolução de 1917, com sua família. Ainda que restos mortais tenham sido
identificados como da família Romanov anos depois, Marc
Ferro, renomado
historiador francês, sustenta, com base em vasta pesquisa (veja aqui), que as filhas e a esposa de Nicolau II, Alexandra, por ser de origem
alemã, não foram executadas, num acordo secreto com os germânicos. Mas esse
assunto é tabu para a Igreja Ortodoxa, que considera legítimos os restos
sepultados na catedral em 1998, inclusive canonizou os Romanov. A sala onde
estão seus túmulos não estava aberta à visitação.
Não é só no Hermitage que há gatos. Esta tricolor descansava tranquilamente junto aos nobres |
Nossa simpática guia Natasha |
Túmulo de Pedro, o Grande |
No entorno da
Fortaleza.
Voo de 10 a 15 minutos sobre cidade por 5 mil rublos (cerca de 280 reais) |
Claro, fomos
às compras. Não registrei o nome do mercadinho de souvenirs, mas foi ótimo.
Muita variedade de artigos, de todos os preços e acessíveis. Comprei as
lembrancinhas para a família e uns poucos mimos para mim. Esta loja foi bem
melhor que a que visitamos em Moscou, e nossas guias já nos haviam alertado sobre isso. Lamentei não encontrar camisas de futebol de times locais ou da seleção
russa. Coisa rara por lá, pelo menos alguns meses antes da Copa.
Matrioshkas de quase 700 euros, e nem eram as mais caras. Belíssimas. |
À noite fomos
assistir ao balé cossaco da Companhia Bagatitsa
(Багатица), uma ótima surpresa. Fui um tanto desconfiada de ser
uma atração meio chata, daquelas montadas para turista ver. Até é, mas a
qualidade dos músicos, figurinos, cantores, bailarinos é de primeira. São
vários números de dança, inclusive com encenações de esquetes cômicos e
românticos. Nem me arrisquei a fotografar, mas fotos e vídeos podem ser vistos
nos links abaixo.
Links para Bagatitsa:
Dica de Blog de
viagem interessante:
2 comentários:
Valeu turista cronista Thereza, muito bom.
Valeu pela visita, Sergio. Tentando ser mais que turista, mas viajante cronista ..rsrs.. Bjs.
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