Terça-feira, 28/06. Neste dia eu fui apresentada ao cilindro de Oxigênio
do Hotel Sonesta. Dor de cabeça e falta de ar ameaçando estragar a última etapa
da viagem. Os funcionários do hotel prontamente me ofereceram uma dose de 5
minutos do precioso O2. Beleza pura!
Revigorada, embarco na van rumo ao porto de Puno. Hoje vamos ao lago Titicaca (ou Titikaka). E que lago!
É uma imensidão de água encravada nos Andes, cercada pelas terras de Peru e
Bolívia. Gata escaldada com o calor de Machu Picchu, fui preparada para um dia
quente. Mas, como a Lei de Murphy não falha, neste dia o tempo estava mais
fechado.
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Uns 20 minutos depois, desembarcamos numa das ilhas dos Uros (eles fazem
rodízio de ilhas para visitação).
Pisar numa ilha flutuante é uma experiência
que não se esquece. A sensação é de que se vai afundar naquele chão fofo. Mas
logo a gente pega o jeito de caminhar.
Cada ilha tem seu jefe,
responsável pela organização do pequeno grupo. O nosso é o Pablo, muito
desenvolto no trato – e negociações – com os turistas. As mulheres, muito
sorridentes, são mais discretas e mesmo tímidas. A guia faz uma explanação
sobre o modo de vida dos Uros e como constroem suas islas
flotantes.
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Pablo demonstra como usam a totora. |
As ilhas são construídas com feixes de totora amarrados e têm de ser descartadas de tempos em tempos. É difícil imaginar como alguém pode viver ali, um espaço tão reduzido, tudo tão precário.
Os painéis de energia solar são o sinal de
modernidade. E sustentabilidade.
Somos convidados a conhecer as pequenas casas e, claro, o artesanato
local, muito bonito.
Apesar de viverem nas islas
flotantes, os Uros não ficam isolados, saem de barco para ir a Puno, as
crianças frequentam a escola, inclusive há uma no Lago.
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Escola em Los Uros |
Em seguida, Pablo nos convida a embarcar em sua “Mercedes” (por 10
soles) para visitarmos outra ilhota.
As coloridas señoras e señoritas cantam em espanhol e quéchua canções de agradecimento.
e
se despedem de nós cantando “Vamos a la playa” e acenando. É, óbvio, uma
estratégia para agradar aos turistas. E conseguem. São fofas.
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Nem todo mundo encarou o barco de totora do Pablo, mas eu não ia perder
a oportunidade de navegar numa típica embarcação do Titikaka. E registrar a
aventura!
Remando, remando, logo chegamos ao destino, uma ilha onde funciona o
café mais exótico que conheci até hoje. Lá pudemos tomar um chá de muña (menta
andina) quentinho e comer um pãozinho de quinoa. Nada de sol e calor por aqui.
Frio, muito frio.
Dizemos adeus a Pablo e sua “Mercedes” e seguimos no nosso barco para a
Isla Taquile, a cerca de 2 horas e meia de distância.
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