Depois daquele momento fofura com menina colorida e alpaquinha, feliz
por ter conseguido almoçar após dois dias de quase jejum, voltamos à estrada. Irma
e seu pau de selfie não vieram comigo nesta etapa, ela tinha de voltar ao
México. Mas conheci um casal de hermanos
muy simpáticos: Cecilia (reikiana como eu) e Daniel, torcedor do Boca.
Por volta de 13:30h chegamos ao ponto mais alto de nosso trajeto, onde
Cusco e Puno se encontram: La Raya, 4.331 metros acima do nível do mar (e como
está longe o mar!). A parada aqui é bem rapidinha, só mesmo para fotos, não
vamos facilitar com a altitude. Captei ali algumas das imagens de que mais
gostei. É um lugar que parece perdido no meio do mundo, as montanhas nevadas em
volta fazendo contraste com as muitas cores do belo artesanato local.
Deslizando pela estrada de ferro, vemos o trem da Perurail que faz o mesmo percurso
Cusco-Puno, mas sem paradas, três vezes por semana.
Seguimos para Pukará, que tem um pequenino, mas precioso museu,
com peças muito interessantes e antiquíssimas. Nada de fotos aqui também.
A bela igreja de pedra estava fechada, só consegui fotografar pelas
grades. Mas, pelo que me informaram, funciona em ocasiões festivas.
Os toritos de Pukará estão em toda parte. Em pequenas esculturas, ornamentam
os telhados das casas, símbolos de proteção.
Começa a entardecer. Chegamos a Juliaca. Bem, o que se vê da janela do
ônibus não é exatamente uma paisagem bonita. Na verdade, é tudo bem feio e
triste, meio caótico, aquela cor de barro. A gente não sabe ao certo se a
cidade está em obras ou se é assim mesmo. Os tuk-tuks circulam ligeiros pra lá
e pra cá.
Em Juliaca fica o aeroporto, se assim podemos chamar, que serve a Puno. Iria
conhecê-lo daí a dois dias, na volta para Lima/Rio. Achei mais prudente não
pensar muito no assunto.
Dia acabando, de uma curva na estrada avistamos Puno e o soberbo
Titicaca ao pôr do sol. A fumaça ao longe, eu apurei depois, vem de queimadas
que os locais fazem nas margens do lago.
Check-in no Hotel Sonesta, frio congelante lá fora. Mantive a dieta de
mariolas e maçã, remedinho para enjoo e muita água. Cheguei a cogitar beber
um Inca Kola, mas ao ler o rótulo
desisti. À noite uma dor de cabeça mais forte. Estar
a quase 4 mil metros de altitude realmente tem um preço, mesmo para quem não está
ali para jogar futebol.
Enfim, o problema agora é decidir em qual das duas camas dormir. Lá do
alto o torito de Pukará vigia meu sono.
Agora, descansar para a última aventura desta jornada peruana: navegar pelo
Titikaka!
Foto toritos no telhado: http://www.losviajeros.com/Blogs.php?e=41022
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