Quarta-feira, dia de futebol. Fluminense e Boca Juniors, Maracanã lotado, jogo decisivo.
TV ligada, sem som, escrevo à mão, sabendo que não vai dar pra dormir antes do jogo acabar; as torcidas – pró e contra – não deixarão.
Meu coração rubro-negro não torce contra o tricolor das Laranjeiras, mas também não consegue se entusiasmar com um time cujo grito de guerra é “Neeeeeeeense!”. Por favor, não dá! Quando muito, se o Fla não está na parada, meu coração pende para a Estrela Solitária, reverência a Mané Garrincha e a Nilton Santos. Este último, tive o prazer de encontrar algumas vezes no Parque do Flamengo, fazendo suas caminhadas e distribuindo comida para os passarinhos. Às vezes bebíamos água de coco na mesma carrocinha, do rubro-negro Mota, e eu tinha ímpetos de dar uma beijoca naquele que alguém apelidou de “Enciclopédia do Futebol”.
Bem, voltando ao tricolor, os gritos da vizinhança me fizeram olhar para a TV, muda, e, para minha surpresa, o gol era do time argentino. Mas não foi por isso que comecei a achar o jogo interessante, mas por conta do peitoral do jogador, exposto enquanto corria com a camisa levantada. Belo exemplar da espécie, esse Palermo. Aí pensei no Chico Buarque. Por ele valeria a pena torcer pelo tricolor, mas a coisa estava ficando feia para eles.
Bem, certamente não foram meus devaneios sobre peitorais masculinos e MPB que viraram o jogo e fizeram o Flu conhecer a glória de derrotar o Boca, na última quarta-feira. E, justiça seja feita, o tricolor também desfilou belos corpos naquela noite. E tem mulher que não gosta de futebol!
Resultado? Boca com certeza prefere baton, mas no Maracanã experimentou mesmo o gosto (amargo) do pó-de-arroz. E Chico Buarque deve ter dormido bem feliz, o que deixa nosso coração – seja lá de que cor for - um pouco contente também.
Um comentário:
Você é um gênio pelo conjunto da obra. Tive vontade de fazer um blog cultural, mas meu prof. de informática disse que era dificílimo. Vejo que vc está fazendo e muito bem!!!Parabéns! Sucesso.Neize
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