Crescimento econômico, escassez de alimentos, biocombustíveis, camada de ozônio, aquecimento global, derretimento de geleiras. Essas palavras têm freqüentado o noticiário nos últimos anos, mas nem sempre de forma a esclarecer a sociedade. Contradições, conceitos conflitantes, interesses em jogo. Acusações de omissão ou de exagero nas previsões para o futuro de nossa casa, o planeta Terra.
Seriam estas previsões realmente catastróficas, ou realistas? Para o Presidente do Brasil- PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), Haroldo Mattos de Lemos, a situação é grave e, embora o otimismo e esperança no futuro do Homem devam ser preservados, não podemos mais ignorar os riscos que nos ameaçam.
O professor trouxe dados inquestionáveis para a palestra que apresentou em maio na Recicloteca, como o aumento da atividade econômica - cresceu 10 vezes entre 1950 e 2000; o consumo de água aumentou 6 vezes -, impulsionado pela voracidade de um sistema centrado no consumo desenfreado. Percebemos então que este crescimento, tão louvado por alguns economistas, trouxe no seu rastro grande devastação, fome, decadência moral e social e morte. A China, apontada como exemplo a ser seguido pelo Brasil, enfrenta problemas graves, como trânsito caótico e poluição gerada pela emissão de combustíveis fósseis (os derivados do petróleo).
Que crescimento queremos? Aquele revelado pelos números frios do PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma das riquezas de um país)? Felizmente este indicador já não é mais parâmetro aceitável para medir o avanço de uma sociedade. Pesquisadores antenados com a realidade e que têm em seu campo de visão não apenas cifras, mas as dignidade humana e o futuro de nossa espécie, elegem o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) como a medida justa para se avaliar o progresso de aglomerações humanas, estejam elas contidas numa cidade, num estado, num país.
O IDH, criado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), agrega ao PIB valores indispensáveis a uma sociedade: Educação e Saúde. Para se ter uma idéia de como essa nova mentalidade faz toda a diferença, quando se fala em IDH o Brasil ocupa o 70º lugar (Islândia é o 1º e Serra Leoa o último), mas é apontado como a 10ª economia mundial.
Como disse a jornalista Flávia Oliveira, em palestra realizada em abril, no curso de Extensão Jornalismo e Políticas Públicas, na UFRJ, “o vigor econômico do Brasil não tem se traduzido em melhora social (bolsões de pobreza no nordeste, centro-oeste e mesmo no noroeste do RJ). Dentro da cidade do Rio de Janeiro, temos Islândia e Serra Leoa”.
Estes temas vêm sendo discutidos há vários anos, embora a grande imprensa não lhes venha dando o destaque, e o enfoque, necessários. Encontros realizados em 1987 (Comissão Brudtland), 1982 (Nairóbi), 1992 (aqui no Brasil, a ECO-92), já apontavam que o caminho do Homem sobre a Terra teria de ser repensado e balizado por ações responsáveis, como a adoção de novos estilos de consumo, investimento em educação, respeito ao ciclo de vida das espécies, enfim, o desenvolvimento sustentável, que vive o presente, mas não mata o futuro.
Quer saber mais?
http://www.pnud.org.br/home/
http://www.brasilpnuma.org.br/outros/geo4.htm
http://www.recicloteca.org.br/
http://informacao.andi.org.br:8080/relAcademicas/site/visualizarConteudo.do?metodo=visualizarUniversidade&codigo=6
Um comentário:
Olá Teresa,
O meio ambiente deveria estar na ponta das preocupações mundiais, visto que de nada adianta o desenvolvimento das Nações ao custo da destruição do nosso Planeta.
Alice Fazolo
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