A viagem no SAPSAN
(Сапсан) levou 4 horas. Desta vez fiquei esperta e consegui comer a bordo. E
não tivemos de passar pelo controle de imigração, já que estávamos nos
deslocando em solo russo. Chegamos a Moscou às 17h30 do domingo 17/09. O frio
nem era tão intenso (em torno de 15ºC), mas chovia e ventava um pouco. Fomos
logo para o Marriott Grand Hotel Moscow, na Rua Tverskaya (Тверская улица), uma das
principais da cidade.
|
Estação de metrô na Avenida Tverskaya |
Jantamos
no hotel e em seguida saímos para o primeiro contato, mais íntimo, com a
capital russa: fomos ver as Iluminações de Moscou, uma atração que adotaram há
alguns anos. E realmente é um espetáculo ver prédios, monumentos, ruas e pontes
iluminados. Fizemos um tour pela Praça Vermelha
(Красная площадь),
Patrimônio Mundial da
UNESCO, e arredores. Ainda que a histórica praça seja bem diferente do que eu
imaginava (acostumada a vê-la na nossa TV apenas com desfiles militares), pisar
naquele chão foi uma experiência que nunca esquecerei. Neste mês de junho/2018
em que escrevo, o mundo já está bem familiarizado com aquela que já foi a Praça Bela e hoje é a Praça Vermelha (veja aqui a
origem deste nome), já que ela está todo dia na TV, graças à Copa do Mundo de
Futebol.
|
Catedral de Kazan, Praça Vermelha |
|
Cansada, mas feliz (e emocionada!). |
|
Catedral de São Basílio |
|
GUM |
|
Catedral de São Basílio, vista pela parte de trás. |
A primeira capital
russa foi Kiev (hoje capital da Ucrânia), ainda no século IX. Moscou, fundada
em 1147 pelo Príncipe Yuri, tornou-se capital no século XV. São 12 milhões de
habitantes, sendo mais dois milhões nas cidades-satélite, distribuídos por 2.510km2.
Além dos espaços serem muito amplos, entende-se porque andar pelas ruas lá é
bem mais fácil do que pelas ruas de nossas metrópoles, como São Paulo, por
exemplo, que tem a mesma população que Moscou, mas numa área bem menor (1.520km2).
A população do país mais extenso do mundo é de 141 milhões, com várias etnias, ignorando
a fronteira Ocidente-Oriente.
Além das
Iluminações, nos ofereceram, como opcional, um passeio de barco pelo Rio Moscou
(os passeios opcionais são pagos à parte). Fiquei tentada, mas não embarquei
nesta. O tempo frio e chuvoso não animava e as emoções daquele primeiro dia em
Moscou, dos pés pisando a icônica Praça Vermelha, já estavam de bom tamanho
para aquele domingo inesquecível.
Programa
do dia seguinte: visitar o Kremlin. Pude
então ver a Praça Vermelha, a muralha do Kremlin, a Catedral de São Basílio, o
GUM, à luz do dia. Tudo magnífico! Tal
como em Petersburgo, a quantidade de turistas é enorme (metade da China parece
estar na Rússia) e, ainda que em paz e armados apenas com câmeras, levamos algum
tempo para ultrapassar as muralhas vermelhas.
|
A entrada para o Kremlin é por essa escada | | |
|
Momento "histórico": entrando no Kremlin de Moscou! |
|
Enfim, dentro das muralhas vermelhas! |
O
primeiro kremlin de Moscou, erguido no século XII, era de madeira, como as construções
em geral na Europa, naquela época. Foi destruído pelos Mongóis, numa dominação
sobre o atual território russo que durou cerca de 150 anos (leia mais aqui). A
muralha foi originalmente erguida para proteger a cidade dos Tártaros e era o
limite da cidade com o resto do território. Kremlin significa “cidade dentro de
muralhas”, ou fortaleza, por isso há vários outros kremlins na Rússia (veja
alguns aqui).
Acostumados que
estamos a ver nos mapas os países europeus como estão configurados hoje, às
vezes até esquecemos que sua forma e território atuais são resultado de
unificações, muitas guerras, invasões, ocupações, que vêm de séculos passados.
Assim é também a história do que hoje é a Federação Russa.
Dentro das muralhas,
passamos por prédios de diferentes épocas - inclusive aquele onde Putin bate o
ponto -, bonitos jardins, atravessamos ruas – sempre na faixa – e chegamos a uma
espécie de praça onde há belíssimas igrejas, com cúpulas reluzentes, e alguns prédios
históricos. Vemos também os imensos sino
e canhão
do tsar, peças feitas mais para impressionar do que para cumprir sua função.
|
Aqui o Presidente Wladimir Putin bate o ponto. |
|
Os sinais da União Soviética ainda aparecem em alguns pontos. A foice e o martelo, símbolos do trabalho agrícola e do trabalho industrial |
|
O canhão que, dizem, nunca deu um tiro |
|
O sino que nunca tocou |
|
Este prédio me lembrou a Casa dos Bicos, da Fundação José Saramago, em Lisboa. |
|
Nosso guia russo, Alexei |
|
Vista da cidade pelas muralhas do Kremlin |
Pretendia visitar o
mausoléu de Lenin e o túmulo de outros personagens históricos, especialmente o de
John Reed,
que ficam junto à muralha do Kremlin, mas às segundas-feiras esta área não abre. Ficou para uma próxima
viagem. Sim, pretendo voltar.
Uma pausa para
almoço, que aproveitei para conhecer o GUM e a joia da Praça Vermelha: a
Catedral de São Basílio. Na próxima crônica.
2 comentários:
Adorei. Esperando a próxima.
As crônicas andam meio emperradas (culpa da Copa...rsrsrs...). Mas aos poucos vão saindo. Enquanto espero a oportunidade para voltar. Bj.
Postar um comentário