Desembarcamos em
Estocolmo sob uma chuvinha constante, desanimadora para turistas curiosos.
Ainda no aeroporto Arlanda, fui à cata de umas Coroas Suecas. Não, não se trata
de senhoras muito brancas e louras, falo da moeda local, já que o
país não adotou o Euro. Troquei 20
Euros por 162 Coroas, para aquele cafezinho da tarde que nunca dispenso.
Sob a chuva, dia
acabando, já com pouca luz, de dentro do ônibus que nos levou ao hotel Scandic Grand Central, ia tentando, sem muito sucesso, descobrir os
contornos da cidade onde nasceu Greta Garbo e onde viveu Ingmar Bergman.
O hotel é grande,
mas o quarto bem pequeno, ainda que funcional. Tem uma pequena área externa,
que não chega a ser uma varanda, mas dá para deixar a porta aberta, ou pelo
menos entreaberta, conforme o frio e a chuva. E tem esta vista, que cliquei em
diferentes horários.
Há uma arara em vez
de armários, nada de mini embalagens de shampoo, creminhos e afins como nos
outros hotéis. Tudo é acondicionado no sistema de refill. E com rótulos bem humorados. A preocupação com o meio ambiente é levada muito a sério
aqui, já se percebe pela lixeira que há no quarto.
Bem, com o tempo
chuvoso e já anoitecendo, não arrisquei ir longe para matar a fome. Resolvi
comer no restaurante do hotel, que é aberto ao público. E que povo animado! Era
sábado, então o local estava cheio. Sentei-me sozinha (o povo da excursão
parecia não ser muito de socializar) e meio desconfiada, pedi uma Ceasar Salad, prato que costuma ser
igual em todo lugar. Bem, não foi uma boa experiência. Os suecos usam algum
tempero que foi difícil engolir. Enfim... o jeito foi comer um pouco e torcer
para o dia seguinte ser mais animador.
E foi. Visitamos o
prédio da Prefeitura e o Parlamento, construções belas e com detalhes bem
interessantes, ainda mais por sabermos que a cerimônia de entrega do Prêmio
Nobel acontece ali.
Salão interno da Prefeitura |
Salão Dourado da Prefeitura |
Detalhe do teto do Parlamento, como a estrutura de um barco |
Visitamos a parte
antiga da cidade, chamada Gamla Stan,
e o mirante Fjallgatan para uma bela
vista panorâmica da capital sueca. Algumas fotos foram tiradas de dentro do
ônibus durante o percurso.
Casas da parte antiga da cidade |
Não poderia deixar a Suécia sem ver algum Viking. |
Vista do mirante Fjallgatan |
Mas o melhor estava
por vir. Mesmo em excursões, eu sempre faço uma lista de lugares para visitar
no tempo livre. Em Estocolmo, a indicação de outros viajantes era o Museu Vasa. Por sorte este museu era uma das opções de passeio
extra oferecidas pela excursão. É
fantástico, diferente de tudo que já vi. Mais apaixonante ainda para uma adoradora
de barcos como eu.
Os mastros do Vasa visíveis mesmo fora do Museu |
Os caras tiraram o
barco que estava há 300 anos no fundo do mar Báltico, restauraram e criaram o
museu em torno dele. Ponto pros vikings! Tirei algumas fotos, mas a grandeza do
Vasa não cabe em fotografias amadoras. O ambiente tem pouca luz e o barco é
enorme em comparação ao espaço que o rodeia.
Há peças recuperadas
do naufrágio, que aconteceu em 1628. Recriaram os ambientes internos da
embarcação e até a fisionomia de algumas pessoas que estavam a bordo a partir
de restos de esqueletos.
Há também uma maquete
reproduzindo o momento do acidente que levou o Vasa para o fundo do mar, poucos
minutos depois de zarpar. Erro de projeto, como nos informam, pois foram
acrescidos itens que afetaram a estabilidade da embarcação.
Almoçamos por lá e,
por 170 Coroas, comi enfim uma comidinha gostosa, e com uma vista bonita.
Restaurante do Museu Vasa |
Durante o tour pela
cidade aprendemos mais um pouco sobre esse país que povoa o imaginário de
muitos latinos. O sistema de cobrança de alguns serviços é curioso. Para se ter
TV em casa paga-se 80 euros/trimestre. As TVs são públicas. O transporte
público tem um preço único e é pago também por mês: 85 euros para usar qualquer
modalidade.
Achas que eles não
têm problemas? Há um grande déficit habitacional. Para se candidatar à compra
de um imóvel – que são em geral bem pequenos - é preciso ter 15% do seu valor.
As questões ambientais são prioridade, como o uso da água, do espaço público, o
descarte de resíduos. E a ciclovias – não ouse parar no meio de uma delas -
mostram como veem o uso das magrelas por lá. São poderosas.
Ciclovia em frente à Prefeitura |
A cidade foi fundada
em 1752 e o nome Estocolmo (Stockholm) vem de stock = tronco e holm = pequena
ilha ou passagem estreita de água. Ou seja, algo como Ilha dos troncos. O país
agrega centenas de ilhas e 54% de seu território é coberto por florestas. O
aprendizado da língua não foi muito longe: para cumprimentar alguém com um
“olá”, diga Hei. Quer ser gentil e
agradecer? Diga Tak.
Vestida para o verão sueco. E porque sou calorenta. |
O Imposto de Renda é de 30% para quem ganha até 45 mil euros/ano. Acima disso, o imposto é de
50%. Ou seja, o leão sueco é bem guloso. Mas dá retorno à população, que é de
10 milhões de habitantes, sendo 20% de estrangeiros. A integração entre os
locais e os imigrantes/refugiados (cerca
de 150 mil chegaram à Suécia em 2015) nem sempre é boa, o que pude conferir
numa das incursões a pé, sozinha, perto do hotel.
Fizemos também um passeio
de barco pelo Mar Báltico. Por sorte, o dia estava bem agradável e até saiu um
solzinho, mas o barco era fechado. Fotos, só pelas janelas envidraçadas.
O Vasa visto do Mar Báltico |
A manhã seguinte,
dia 11/09, reservava uma parte do roteiro da excursão que estava me deixando um
tanto ansiosa: a viagem de barco de Estocolmo para Tallinn, na Estônia. Como o
barco sai à tarde, ainda tive tempo de andar um pouco pelos arredores do Hotel.
O repouso dos vikings |
Juntei meu “Hei” e meu
“Tak” com o inglês (sempre ele a nos salvar) e fiz um lanche no Wayne’s Coffee,
por 125 Coroas, bem apetitoso e servido com simpatia pela atendente. Partimos
então rumo ao cais para embarque no belo Victoria I, rumo à Estônia, numa
viagem de 15 horas, com pernoite a bordo. Este trecho da viagem foi um dos principais motivos para eu optar por esta excursão. Vada a bordo, Fazolo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário