SÓ WOODY ALLEN SALVA
Fui assistir
a Paris-Manhattan com o maior entusiasmo. Com uma personagem que adora cinema
e, mais ainda, o cinema de Woody Allen, só podia ser uma história muito
interessante. E é. O problema é o modo como esta interessante história é
contada: uma estrada cheia de buracos. Sacode pra cá, sacode pra lá, e a gente
não tem um ritmo que garanta uma satisfatória fruição do filme. Temos apenas
pedaços.
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Há ótimas
situações que são mal aproveitadas, como as “prescrições” de filmes do diretor
norte-americano para os clientes de sua farmácia. Falta à atriz – ou à direção
– mais expressividade. E, sobre a relação de Alice com o pôster de Allen,
agarrado à parede de seu quarto, temos um parâmetro bem apropriado no filme À procura de Eric, de Ken Loach (no
filme de Loach, o objeto de adoração do fracassado Eric é seu xará, o jogador de futebol Eric Cantona, ídolo do
Manchester United,, nos anos 1990). Tudo bem, ser Ken Loach não é para qualquer
um e Sophie Lellouche é uma estreante em longas (não há na rede muitas
informações sobre sua biografia).
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Uma palavra
que anotei no meu bloquinho, no escuro da sala de cinema (garranchos a serem
decifrados depois), foi “vacilante”. Lendo a crítica de Susana Schild, na
revista RioShow, de O Globo, vejo que ela usa o mesmo adjetivo. Ele, a meu ver,
define bem o filme de Lellouche. Vacila, não engrena. Cai bem numa sessão da
tarde sonolenta, embalando, entre uma espiada e outra à TV, um cochilo no sofá.
PARIS-MANHATTAN (Paris-Manhattan)
Direção e
roteiro: Sophie Lellouche
França, 2012,
77 min