Como
falar de Aqui é meu lugar sem cometer
injustiças? É um belo filme? Sim. É um filme aborrecido? Também. O que não
decepciona por um momento sequer é a música, da melhor qualidade, todo louvor aos
Talking Heads.
Sean
Penn é um roqueiro já meio vetusto, descabelado, maquiado, um tanto trôpego e
aparentemente sem noção, que carrega o sugestivo nome de Cheyenne. Ao contrário
do que podem sugerir as muitas camadas de rímel e batom, ele é casado e quem dá
vida à sua doce esposa é Frances McDormand (queridinha dos irmãos Coen).
Após
anos radicado na Irlanda, Cheyenne tem de voltar aos EUA por conta da morte
iminente de seu pai. Segue-se aí uma viagem geográfica e interior que revelará uma
coletânea de tipos característicos da América, bem como insuspeitas facetas da
personalidade do ex-roqueiro.
Muito
ao gosto do cinema norteamericano, a situação deflagrada pela morte de um membro
da família trará à tona questões delicadas do relacionamento familiar. Neste
filme de Paolo Sorrentino, Cheyenne descobre que seu pai passara boa parte da
vida buscando vingança contra um nazista com quem convivera num campo de
concentração durante a 2ª Guerra.
O
que vemos – com algumas redundâncias do roteiro que esticam o filme sem
preencher os minutos em excesso com situações sedutoras e/ou provocativas – é um
homem que vai deixando cair a casca de menino, saindo de um personagem que
criou para proteger a si mesmo de um mundo que pode ser decepcionante e assustador.
AQUI É MEU LUGAR
(This must be the
place)
Paolo
Sorrentino, (França/Itália/Irlanda, 2011, 118min)
Imagem
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