quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Sala Escura: AQUI É MEU LUGAR


Como falar de Aqui é meu lugar sem cometer injustiças? É um belo filme? Sim. É um filme aborrecido? Também. O que não decepciona por um momento sequer é a música, da melhor qualidade, todo louvor aos Talking Heads.

Sean Penn é um roqueiro já meio vetusto, descabelado, maquiado, um tanto trôpego e aparentemente sem noção, que carrega o sugestivo nome de Cheyenne. Ao contrário do que podem sugerir as muitas camadas de rímel e batom, ele é casado e quem dá vida à sua doce esposa é Frances McDormand (queridinha dos irmãos Coen).

Após anos radicado na Irlanda, Cheyenne tem de voltar aos EUA por conta da morte iminente de seu pai. Segue-se aí uma viagem geográfica e interior que revelará uma coletânea de tipos característicos da América, bem como insuspeitas facetas da personalidade do ex-roqueiro.

Muito ao gosto do cinema norteamericano, a situação deflagrada pela morte de um membro da família trará à tona questões delicadas do relacionamento familiar. Neste filme de Paolo Sorrentino, Cheyenne descobre que seu pai passara boa parte da vida buscando vingança contra um nazista com quem convivera num campo de concentração durante a 2ª Guerra.

O que vemos – com algumas redundâncias do roteiro que esticam o filme sem preencher os minutos em excesso com situações sedutoras e/ou provocativas – é um homem que vai deixando cair a casca de menino, saindo de um personagem que criou para proteger a si mesmo de um mundo que pode ser decepcionante e assustador.


AQUI É MEU LUGAR
(This must be the place)
Paolo Sorrentino, (França/Itália/Irlanda, 2011, 118min)

Imagem Filmes:

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