Liam Neeson (no papel de Ottway, o líder) está correto, mas já teve melhores papéis em sua carreira. Carnahan abusa do uso de flashbacks para evocar memórias de Ottway , contudo não consegue criar uma conexão suficientemente forte com o mundo interior do personagem de Neeson. O estilo reflexivo de Terrence Malick que o diretor parece querer seguir, não surte o efeito conseguido por Malick em, por exemplo, A Árvore da Vida (2011) ou O Novo Mundo (2005).
Dois filmes vêm à memória: Happy Feet (2006), por mais estranho que pareça, pela mesma monotonia do branco e cenas entediantes e repetitivas, e Na Natureza Selvagem (um filme de Sean Penn, 2008), neste caso por ser o oposto de A Perseguição, ainda que ambos confrontem o homem com as forças da natureza.
Carnahan diz que não pretendia mostrar os lobos como assassinos; talvez quisesse fazer um paralelo com nossos lobos interiores; ou chamar a atenção para os limites da intervenção humana sobre o meio ambiente. Seja qual for a visão que se tenha do longa, o resultado é insatisfatório e deixa uma sensação de que poderíamos ter aproveitado melhor aqueles longos minutos fazendo algo mais interessante.
Neste link http://owstarr.com/ uma campanha de boicote ao filme, em defesa dos lobos. Outro link interessante traz uma matéria do Los Angeles Times sobre a recuperação de uma espécie em extinção e destaca o fato de o filme retratar os lobos com devoradores de homens, o que é contestado na entrevista com Carnahan. http://articles.latimes.com/2012/jan/19/local/la-me-gs-grey-director-joe-carnahan-wolves-win-20120119