sábado, 3 de outubro de 2009

UMA JOIA NO INGÁ

A proximidade com uma cidade exuberante e famosa como o Rio faz com que Niterói fique, digamos, na sombra, ali... meio esquecida. Algum destaque na agenda cultural geralmente acontece por conta do MAC (Museu de Arte Contemporânea) e da assinatura famosa que a obra carrega: a genialidade do centenário Oscar Niemeyer.

Mas a cidade que espia os cariocas do outro lado da Baía de Guanabara guarda outros tesouros. O Museu Antônio Parreiras é um deles. Estudei na UFF (Universidade Federal Fluminense) e morei por um par de anos em Niterói (algumas décadas atrás, a cidade era bem diferente), mas ainda não tinha entrado na belíssima construção da Rua Tiradentes, no Ingá. E eu não sabia o que estava perdendo.


O homem – nascido em 1860 em São Domingos, Niterói (um bairro adorável onde morei por alguns meses) – amava as árvores. Digo isso não porque tenha estudado sua biografia, mas porque as pintou divinamente. Há mais de cem anos as olhava com um olhar de ambientalista (na foto, Árvore Morta, de 1936). As telas expostas logo na primeira sala nos capturam, quase dá para sentir o cheiro da floresta. Não entendo de pintura, artes plásticas, mas de emoção sim. E é um sentimento ora perturbador, ora reconfortante que aquelas telas nos provocam.

Há outras belas obras expostas, retratos de uma terra sendo desbravada. São expressões faciais e corporais captadas com precisão, sensibilidade e vigor. Não visitei todo o Museu, que abrange ainda uma extensa área verde e outra construção onde funcionava o ateliê do artista. Mas é como guardar um pedaço do doce para saborear mais tarde. Voltarei ao Ingá, com certeza. Veja mais em:
http://www.neltur.com.br/port/aondeir_mus_antpar.htm

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