Sabine Weiss, 1952 |
Estava rascunhando este texto quando o Facebook me
alertou que hoje, 19/08, é o Dia Mundial da Fotografia. Para não perder a data,
apressei a escrita para compartilhar com vocês uma dica de programa cultural
que vale a pena. Vou começar retrocedendo algumas semanas.
Em julho estive no Centro
Cultural Correios visitando as exposições de fotografia. Sou apenas
alguém que desde garota gostava de fotografar, mesmo não tendo muitos recursos para isso. Não sou propriamente uma fotógrafa. Mas não é preciso conhecimento
técnico para se sensibilizar diante da arte. As fotos de Sabine Weiss, na exposição
“Amor pela vida” (encerrada no dia
04/08, mas você pode acessar por este link) são
encantadoras, com algo de onírico.
Mas, percorrendo as salas (geladas) daquele belíssimo
edifício, fui capturada pelas fotografias de outro artista, que eu também
desconhecia: Antanas Sutkus. O
lituano é daquelas pessoas que a gente lamenta nunca ter conhecido
pessoalmente. Quem sabe, um dia?
A exposição “Um
olhar livre” reuniu uma centena de fotos, registros feitos num período de
50 anos, onde o homem é o centro. “Meu credo é amar as pessoas”, diz ele. Esta
exposição também já está encerrada, mas não desanime nem pragueje contra esta
blogueira.
Quando estive nos Correios pensei em escrever/divulgar
as exposições, mas desisti ao ver que já se encerravam. Retomei a ideia ao
descobrir, “para nossa alegria”, que o lituano mudou de endereço, mas continua
no Rio. Agora, no Centro
Cultural da Justiça Federal. E por lá fica até 22/09. Dá tempo de ver e
rever.
A exposição do CCJF não é a mesma, mas o talento de
Sutkus, sim, é claro! As mais de cem fotos expostas compõem a “Nostalgia dos Tempos da Pureza”, um
mergulho no cotidiano dos personagens preferidos desse lituano sensível e
atento: os idosos e as crianças.
Está também no CCJF o vídeo feito pela Rede
Minas/TV Brasil, para o programa “Diverso,” como uma porta
que se abre para além das fotos, revelando um caminho sedutor e inspirador. As
sábias palavras de Sutkus como que deslizam da tela para encher todo o ambiente
num clima de total harmonia com as imagens expostas. Estabelecemos com ele uma
cumplicidade, uma intimidade e percebemos de onde vem o olhar que capta imagens
tão belas.
Eu já havia comentado num post mais antigo acerca a
banalização da fotografia e do cinema/audiovisual, como o outro lado da moeda
do advento da tecnologia digital. Não é uma crítica, nem uma queixa, mas penso
que é fundamental, sempre que possível, fecharmos olhos e ouvidos ao turbilhão
que nos cerca e tomarmos generosas doses de encantamento, sensações e memórias,
como nos oferece Antanas Sutkus.
Centro Cultural da Justiça Federal
Até 22/09 – de 12h às 19h, de terça a domingo. Entrada
franca.
Av. Rio Branco, 241 – Centro – (21) 3261.2565