sexta-feira, 20 de julho de 2018

CRÔNICAS RUSSAS – MOSCOU (2): De volta à Praça Vermelha, jardins, GUM e a Catedral

Estátua do General Georgy Jukov (Гео́ргий Жу́ков) em frente ao Museu Histórico Estatal

Ainda fechando a visita ao Kremlin, ao sairmos das muralhas atravessamos um parque chamado Александровский сад (pronuncia-se Aleksandrovskiy Sad), ou Jardins de Alexandre. Além de canteiros de flores, bancos, estátuas e fontes, está ali também o Memorial do Soldado Desconhecido. 








Passamos então pelos locais que havíamos visitado na noite anterior: o Marco Zero da cidade, disputadíssimo para fotos, o acesso à Praça Vermelha, monumentos e prédios do governo, como o Museu Histórico Estatal.
 

Marco Zero de Moscou. Tem de ser rápido no gatilho para não capturar alguém em cima.

Acesso ao interior da Praça Vermelha

O mesmo acesso, visto do interior da Praça

Catedral de N.Sra. de Kazan, dentro da Praça Vermelha

O GUM

Mausoléu de Lenin (Ленин)

Túmulos de heróis junto aos muros do Kremlin

Tivemos um tempo livre para almoçar, antes de seguir para a próxima visita. Por conveniência, devido à proximidade, e também para conferir se faz mesmo jus à fama, optei por comer no GUM (ГУМ). Sua sigla significa algo como "Principal Loja Universal" (Глáвный универсáльный магазѝн). O prédio é de 1893 e foi criado como símbolo de uma nova Moscou, num local tradicional de comércio, mas trazendo a novidade de ser um espaço coberto. Conhecido na década de 1920 como Fileiras Superiores de Comércio, em tradução livre, no período soviético foi fechado ao público, passando a abrigar escritórios de ministros e até do temido Lavrenti Beria, chefe de uma das polícias secretas da URSS. Stalin ameaçou demolir o prédio, mas felizmente a bela construção, com toda sua história, permaneceu de pé. Pertence ao Estado, sendo arrendado ao shopping, e hoje abriga lojas chiquérrimas, tem uma decoração belíssima, mas dá para pobres mortais também fazerem um lanche ou umas comprinhas de vez em quando.

De certa forma, é uma ironia do destino um templo do consumo estar de frente para o mausoléu de Lenin, idealizador da União Soviética, com lojas tão sofisticadas e tanto luxo supérfluo. Isto me faz lembrar o ótimo filme A melhor escolha, quando um veterano da guerra do Vietnam comenta que, hoje, os americanos vão passar as férias no país asiático onde tantos morreram e que acabou botando os marines para correr. As voltas que o mundo dá e porque não se deve julgar a História, mas aprender com ela.







Se o Diabo veste Prada, para alguns russofóbicos deve ser aqui que o Capiroto vai às compras.





Comi um crepe bem gostoso no BLIMbl BLINbl. Na ocasião não atinei para a coisa, mas o nome certamente vem de blini (блины), um tipo de panqueca tradicional na Rússia. Um suco de caixinha, um docinho, e fui atrás de alguma camisa de futebol da seleção ou de um clube russo, mas não foi fácil encontrar. Imagino que agora, com o sucesso da Copa do Mundo, as lojas tenham mais artigos de futebol, mas eu só via agasalhos do CSKA (ЦСКА), impraticáveis para o clima carioca. Para não voltar ao Brasil de mãos vazias, comprei uma camisa do Rubin de Kazan (РУБИН КАЗАНЬ) que encontrei quando já estava desistindo. Não fazia ideia de que clube era esse, mas a camisa é bem bonita.

Cruzando a Praça, encontrei um jovem casal de simpáticos russos. Gastei meu pajalusta (пожалуйста = por favor) e vários balshoi spaciba (большое спасибо = muito obrigada) para pedir que fizessem um registro meu com a São Basílio ao fundo. Mesmo com o merchandising involuntário da New Balance, valeu a pena. 
 
Camisa do Rubin Kazan fortalecendo a mandinga pró-Rússia durante a Copa


Ah, a Catedral de São Basílio! Aquela lindeza colorida com muitas cúpulas, que aparece em todas as fotos da Praça Vermelha, não estava na programação, nem como opcional. Por isso me programei para visitá-la, ainda que meio apressadamente, no pouco tempo livre. Fila, como sempre, e eu contando os minutos, pois cada um gasto na fila seria um a menos lá dentro. Bem, o ingresso custa 500 rublos (cerca de 30 reais) e vale muito mais. 





Originalmente, o templo foi denominado Igreja da Intercessão da Santíssima Virgem, erigido entre 1555 e 1561 por ordem do tsar Ivan, O Terrível. São muitos recantos, labirintos, tudo coberto de arte, beleza, mistério. Uma viagem! Na verdade, é um complexo reunindo várias igrejas construídas sobre uma base comum. São quatro igrejas maiores e, entre elas, quatro pequenas, observando os pontos cardeais e em plena harmonia. Ainda tive a sorte de desfrutar de um divino cântico gregoriano que aconteceu durante minha visita. Ficaria ali por horas...








Planta da Igreja da Intercessão da Santíssima Virgem








Planta da Igreja da Santíssima Trindade


Como a breve visita não saciaria minha curiosidade e para ter garantidas fotos à altura de tanta beleza, comprei um livreto sobre a Catedral (disponível em várias idiomas, mas não em Português), por 200 rublos, que mostra todos os detalhes da construção.





No quarto do hotel havia esta reprodução de uma pintura. As muralhas do Kremlin ainda eram brancas. Não identifiquei a data ou autor.


Ainda dentro da Catedral, fiz alguns cliques do entorno:






Nesta área, durante a Copa, ficaram estúdios de TV, com a São Basílio e o Kremlin ao fundo


O GUM à direita


A Torre Spasskaya do Kremlin
Depois dessa experiência inesquecível, juntei-me novamente ao grupo e seguimos para a Igreja do Cristo Salvador, fazendo no caminho um breve tour pela cidade. Esses registros foram feitos logo após nossa saída da Praça para retornar ao ônibus.


O prédio principal da Universidade Estatal de Moscou ao fundo

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