terça-feira, 3 de julho de 2018

CRÔNICAS RUSSAS – MOSCOU (1): Iluminações, Praça Vermelha e Kremlin



A viagem no SAPSAN (Сапсан) levou 4 horas. Desta vez fiquei esperta e consegui comer a bordo. E não tivemos de passar pelo controle de imigração, já que estávamos nos deslocando em solo russo. Chegamos a Moscou às 17h30 do domingo 17/09. O frio nem era tão intenso (em torno de 15ºC), mas chovia e ventava um pouco. Fomos logo para o Marriott Grand Hotel Moscow, na Rua Tverskaya (Тверская улица), uma das principais da cidade. 

Estação de metrô na Avenida Tverskaya




Jantamos no hotel e em seguida saímos para o primeiro contato, mais íntimo, com a capital russa: fomos ver as Iluminações de Moscou, uma atração que adotaram há alguns anos. E realmente é um espetáculo ver prédios, monumentos, ruas e pontes iluminados. Fizemos um tour pela Praça Vermelha (Красная площадь), Patrimônio Mundial da UNESCO, e arredores. Ainda que a histórica praça seja bem diferente do que eu imaginava (acostumada a vê-la na nossa TV apenas com desfiles militares), pisar naquele chão foi uma experiência que nunca esquecerei. Neste mês de junho/2018 em que escrevo, o mundo já está bem familiarizado com aquela que já foi a Praça Bela e hoje é a Praça Vermelha (veja aqui a origem deste nome), já que ela está todo dia na TV, graças à Copa do Mundo de Futebol. 





Catedral de Kazan, Praça Vermelha

Cansada, mas feliz (e emocionada!).
 

Catedral de São Basílio


GUM

Catedral de São Basílio, vista pela parte de trás.





A primeira capital russa foi Kiev (hoje capital da Ucrânia), ainda no século IX. Moscou, fundada em 1147 pelo Príncipe Yuri, tornou-se capital no século XV. São 12 milhões de habitantes, sendo mais dois milhões nas cidades-satélite, distribuídos por 2.510km2. Além dos espaços serem muito amplos, entende-se porque andar pelas ruas lá é bem mais fácil do que pelas ruas de nossas metrópoles, como São Paulo, por exemplo, que tem a mesma população que Moscou, mas numa área bem menor (1.520km2). A população do país mais extenso do mundo é de 141 milhões, com várias etnias, ignorando a fronteira Ocidente-Oriente.

Além das Iluminações, nos ofereceram, como opcional, um passeio de barco pelo Rio Moscou (os passeios opcionais são pagos à parte). Fiquei tentada, mas não embarquei nesta. O tempo frio e chuvoso não animava e as emoções daquele primeiro dia em Moscou, dos pés pisando a icônica Praça Vermelha, já estavam de bom tamanho para aquele domingo inesquecível.

Programa do dia seguinte: visitar o Kremlin.  Pude então ver a Praça Vermelha, a muralha do Kremlin, a Catedral de São Basílio, o GUM, à luz do dia.  Tudo magnífico! Tal como em Petersburgo, a quantidade de turistas é enorme (metade da China parece estar na Rússia) e, ainda que em paz e armados apenas com câmeras, levamos algum tempo para ultrapassar as muralhas vermelhas.

 




A entrada para o Kremlin é por essa escada  


Momento "histórico": entrando no Kremlin de Moscou!
 
Enfim, dentro das muralhas vermelhas!
 O primeiro kremlin de Moscou, erguido no século XII, era de madeira, como as construções em geral na Europa, naquela época. Foi destruído pelos Mongóis, numa dominação sobre o atual território russo que durou cerca de 150 anos (leia mais aqui). A muralha foi originalmente erguida para proteger a cidade dos Tártaros e era o limite da cidade com o resto do território. Kremlin significa “cidade dentro de muralhas”, ou fortaleza, por isso há vários outros kremlins na Rússia (veja alguns aqui).


Acostumados que estamos a ver nos mapas os países europeus como estão configurados hoje, às vezes até esquecemos que sua forma e território atuais são resultado de unificações, muitas guerras, invasões, ocupações, que vêm de séculos passados. Assim é também a história do que hoje é a Federação Russa.


Dentro das muralhas, passamos por prédios de diferentes épocas - inclusive aquele onde Putin bate o ponto -, bonitos jardins, atravessamos ruas – sempre na faixa – e chegamos a uma espécie de praça onde há belíssimas igrejas, com cúpulas reluzentes, e alguns prédios históricos. Vemos também os imensos sino e canhão do tsar, peças feitas mais para impressionar do que para cumprir sua função. 





 
Aqui o Presidente Wladimir Putin bate o ponto.



 
Os sinais da União Soviética ainda aparecem em alguns pontos. A foice e o martelo, símbolos do trabalho agrícola e do trabalho industrial



O canhão que, dizem, nunca deu um tiro

O sino que nunca tocou




Este prédio me lembrou a Casa dos Bicos, da Fundação José Saramago, em Lisboa.









Nosso guia russo, Alexei

Vista da cidade pelas muralhas do Kremlin




Pretendia visitar o mausoléu de Lenin e o túmulo de outros personagens históricos, especialmente o de John Reed, que ficam junto à muralha do Kremlin, mas às segundas-feiras esta área não abre. Ficou para uma próxima viagem. Sim, pretendo voltar.

Uma pausa para almoço, que aproveitei para conhecer o GUM e a joia da Praça Vermelha: a Catedral de São Basílio. Na próxima crônica.

2 comentários:

eli disse...

Adorei. Esperando a próxima.

Tecelã disse...

As crônicas andam meio emperradas (culpa da Copa...rsrsrs...). Mas aos poucos vão saindo. Enquanto espero a oportunidade para voltar. Bj.