quinta-feira, 5 de outubro de 2017

CRÔNICAS LUSITANAS (2) – tour em Lisboa



 Antes de cairmos na estrada (é uma excursão, lembram?), fizemos aquele tour básico na capital. Lisboa tem uma história que remonta a 3.200 anos, tendo passado por essas terras fenícios, gregos, cartagineses, romanos, visigodos e mouros. Invasões, guerras, dominação, escravização... aquelas práticas que se repetem na história da humanidade. Vestígios desses povos estão no idioma, na comida, em construções, em artefatos que hoje podem ser vistos, por exemplo, no Museu Arqueológico do Carmo (dele falarei numa outra crônica).


Alguns lugares pelos quais passamos durante o tour realmente merecem uma visitação mais atenta, não só da parte exterior. Como a belíssima Torre de Belém, construída no século XVI como fortaleza. O assédio de mulheres vendendo suvenires (a guia nos diz que são ciganas) um teste de paciência. São insistentes. Mas a beleza do lugar vale o sacrifício.

Torre de Belém, por outro ângulo
A cara é de quem já está pensando: será que a gringa já bateu a foto? O sorriso já congelou.

 O Panteão dos Descobrimentos também é majestoso e seu acervo deve valer uma visita. Não tem aquela aura secular (é dos anos 1960), mas marca presença às margens do Tejo. Desses e de outros lugares ficam os registros na agenda para, quem sabe, um retorno, um dia, sem pressa (que não demore mais dez anos!). 






  
No Mosteiro dos Jerónimos, também do século XVI, uma fila imensa desencorajava qualquer tentativa de visitação. Mas visitamos a igreja do Mosteiro, belíssima, onde o incensado arquiteto contemporâneo Santiago Calatrava (aquele do Museu do Amanhã, no Rio) deve ter se inspirado.
  




Numa panorâmica da cidade, vemos a Ponte suspensa 25 de Abril, por onde transitam carros e comboios, ligando Lisboa à cidade de Almada, na outra margem do Tejo. Do ônibus vemos também o estádio do Sporting (não sei por dentro, mas por fora fica devendo muito em beleza e charme ao do Benfica) e belas fachadas.




Fora do nosso tour, mas perto do hotel onde nos hospedamos (VIP Executive Art’s), está a Lisboa do século XXI, a parte moderna da cidade. Ali fica o Parque das Nações, algo como o Boulevard Olímpico no Rio.  Fica ali também a Estação Oriente, onde circulam o metrô e trens (ou comboios) para outras cidades. Em 2007 embarquei ali num trem para a cidade do Faro, no Algarve, de onde guardo preciosas lembranças. 

Achei a estação bem caidinha por dentro, mal sinalizada (aliás, parece ser um hábito que os nativos não percebem como uma falha, inclusive no aeroporto). Não condiz com a cúpula grandiosa, obra do Calatrava, que se destaca na paisagem.


O Centro Vasco da Gama (o termo shopping center não é usado em Portugal) tem uma ligação subterrânea com a Estação Oriente. Possui uma bela área externa, com uma vista panorâmica do Parque, onde se pode admirar o Tejo e o Teleférico como um grande colar em contínuo movimento. Por ali também está o famoso Oceanário, um dos maiores do mundo (ambos merecem um post exclusivo).
 

Estação Oriente
Parque das Nações visto do Hotel Vip Arts


Parque das Nações visto da área externa do Centro Vasco da Gama




 À noite, fui, com alguma desconfiança, para um espetáculo no Páteo de Alfama. O fado, perdoem-me os amigos portugueses, não está entre minhas preferências musicais (também não aprecio a música italiana, apesar de minha ascendência). Bem, pois foi uma boa surpresa. Além das belas vozes e da excelência dos músicos, a noite não ficou só na sofrência. Os artistas apresentaram músicas folclóricas de várias regiões do país e até um esquete de humor. E o jantar também valeu a pena. As fotos não estão boas, mas valem como registro.







 
E caminhar pelas vielas da Alfama é um ótimo jeito de sentir a alma de Lisboa. 






Ainda veria muito mais de Lisboa, especialmente a parte que carinhosamente chamo de “velharias”, mas não só ela, ao voltar da excursão pelo centro/norte de Portugal.

2 comentários:

eli disse...

Gostei muito. Saudade de Lisboa.

Tecelã disse...

Lisboa e saudade são quase sinônimos.