terça-feira, 31 de outubro de 2017

CRÔNICAS LUSITANAS (final) – SERRA DA ESTRELA, CASTELO BRANCO, ÉVORA




De Viseu subimos pela Serra da Estrela, onde fica o ponto mais alto de Portugal continental, com 1.993m de altitude. A paisagem que encontramos modifica-se totalmente no inverno, ficando coberta de neve. Se o Porto tem o vinho, a Estrela tem o queijo. Cremoso, gostoso, famoso. Paramos numa loja com artesanatos e queijos, claro! 





Meu modesto montinho de pedras e o teleférico ao fundo

O mesmo local clicado por mim, aqui todo branco no inverno (foto da internet)    
 
Alugam-se trenós

Em frente à loja há um canil onde criam e vendem filhotes do cão típico da região: o cão da Serra da Estrela. Mais interessada nos peludos de quatro patas do que no queijo (afinal, com a jornada que tinha pela frente, impossível pensar em levar algum na mala), tentei socializar com um dos cachorros. Meio arisco, depois se chegou e até aceitou carinho. Muito dócil. 



Depois de degustar o queijo, empilhar algumas pedras (como em São Tomé das Letras-MG), admirar e sentir a paisagem e curtir o friozinho da serra, começamos a descida, que é adrenalina pura. Nosso motorista pôde comprovar habilidade que já havia demonstrado nas ladeiras estreitas de cidades históricas. Segui a estratégia que usei na arrepiante subida/descida de Machu Picchu, no Peru. Abstrair, pensar na paisagem e no momento especial que é estar num lugar desconhecido, belo e com surpresas a cada curva. E esquecer os precipícios.
As estacas servem de orientação para quem transita nas estradas no inverno.
 
A Virgem da Serra da Estrela
Altitude 1.400 metros
 

Surpresas da Serra
 










Seguindo a excursão, paramos em Castelo Branco, na fronteira com a Espanha, para almoçar. O local de parada não era propriamente charmoso, mas foi bastante providencial: Forum Castelo Branco, um shopping center. Mas a cidade não ficou na lembrança por isso, e sim pelo belíssimo Jardim do Paço Episcopal, considerado um dos mais lindos de Portugal. Nosso roteiro não incluía outros passeios pela cidade, que, da janela do ônibus, me pareceu bem bonita. 













Um detalhe curioso do jardim: junto aos reis de Portugal, há estátuas em tamanho bem menor. Representam os reis espanhóis que governaram o país entre 1580 e 1640. Um jeito sutil de “se vingar” dos dominadores.


E vamos em frente, para nosso último destino: a histórica Évora, capital do Alto Alentejo. Mais um Patrimônio Mundial pela UNESCO em terras lusitanas. Na chegada à cidade, ao final do dia, já ficamos com a curiosidade aguçada para saber o que as muralhas escondem.





O grupinho mais animado e sociável da excursão topou jantar no Centro Histórico, a alguns quilômetros do nosso hotel. Fizemos nossa primeira incursão dentro das muralhas. Comemos uma boa massa no Pane & Vino, um lugar bem aconchegante. 
Pane & Vino no fundo da viela
Interior do restaurante. Adivinhe onde está a senha do wi-fi.  



Na manhã seguinte, o tradicional tour pelo Centro Histórico, a cidade dentro das muralhas. São muitas ruelas, becos, restaurantes, bares, cafés, lojas de souvenirs












 
Modernidades na cidade histórica

Basílica Sé N.Sra. da Assunção
 





Loja de souvenirs

Visitamos a Igreja de São Francisco e a incomum Capela dos Ossos. Macabra, mas bem interessante e até bonita.








Órgão do século XVIII




Capela dos Ossos



"Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos"

Altar da Capela dos Ossos                   

De um terraço da Igreja, que estava tomado por turistas alemães, tem-se uma uma bela vista da cidade.








Évora é encantadora e muito fotogênica. Só lamentei não poder admirar plenamente o Templo Romano de Diana. A relíquia estava em processo de restauração por estar em situação crítica, segundo nossa guia, devido à falta de noção de algumas pessoas que sobem nas ruínas.  


Templo Romano de Diana sendo restaurado
Como é o Templo Romano (foto da internet)
Deixamos Évora, a 134 km da capital, ainda pela manhã e, como vínhamos do Alentejo, para entrar em Lisboa cruzamos a ponte Vasco da Gama (em Portugal, Vasco não é vice. Está em todas!). Voltamos ao Vip Executive Art’s Hotel, defronte ao Parque das Nações.
Ponte Vasco da Gama sobre o Rio Tejo.


À noite fui com os novos amigos paulistas, que queriam fazer umas compras, ao Centro Colombo. Um shopping center imenso e bastante bonito, que vale a pena conhecer, mesmo para uma pessoa como eu, avessa a esse tipo de programa.

E essa excursão chegou ao fim. Última noite na Lisboa do século XXI. No dia seguinte mudei para o Hotel Fenix Urban, em outra região da cidade. Agora, uma semana seguindo - ou tentando seguir - meu roteiro personalizado, antes de rumar para o norte da Europa. 


Foto Serra da Estrela/teleférico: http://gloriaishizaka.blogspot.com.br/2011/02/
Foto interior Pane & Vino: https://www.facebook.com/pane.vino.33/