sábado, 10 de setembro de 2016

CRÔNICAS PERUANAS (7) – LAGO TITIKAKA (parte I), LOS UROS


Terça-feira, 28/06. Neste dia eu fui apresentada ao cilindro de Oxigênio do Hotel Sonesta. Dor de cabeça e falta de ar ameaçando estragar a última etapa da viagem. Os funcionários do hotel prontamente me ofereceram uma dose de 5 minutos do precioso O2. Beleza pura!

Revigorada, embarco na van rumo ao porto de Puno. Hoje vamos ao lago Titicaca (ou Titikaka). E que lago! É uma imensidão de água encravada nos Andes, cercada pelas terras de Peru e Bolívia. Gata escaldada com o calor de Machu Picchu, fui preparada para um dia quente. Mas, como a Lei de Murphy não falha, neste dia o tempo estava mais fechado.



O roteiro inclui duas visitas no Lago: aos Uros e à Ilha de Taquile. Logo a paisagem vai mudando, a cidade de Puno ficando para trás, as nuvens, a água e a totora enchendo os olhos. Nossa guia, Janete, (que, além do espanhol e do inglês, fala quéchua e aimará) nos conta que 24 rios deságuam no lago, onde há 36 ilhas naturais e uma centena de artificiais.
Uns 20 minutos depois, desembarcamos numa das ilhas dos Uros (eles fazem rodízio de ilhas para visitação). 



Pisar numa ilha flutuante é uma experiência que não se esquece. A sensação é de que se vai afundar naquele chão fofo. Mas logo a gente pega o jeito de caminhar.

  

Cada ilha tem seu jefe, responsável pela organização do pequeno grupo. O nosso é o Pablo, muito desenvolto no trato – e negociações – com os turistas. As mulheres, muito sorridentes, são mais discretas e mesmo tímidas. A guia faz uma explanação sobre o modo de vida dos Uros e como constroem suas islas flotantes.

 



Pablo demonstra como usam a totora.
 

As ilhas são construídas com feixes de totora amarrados e têm de ser descartadas de tempos em tempos. É difícil imaginar como alguém pode viver ali, um espaço tão reduzido, tudo tão precário.


Os painéis de energia solar são o sinal de modernidade. E sustentabilidade. 


 

Somos convidados a conhecer as pequenas casas e, claro, o artesanato local, muito bonito.



Apesar de viverem nas islas flotantes, os Uros não ficam isolados, saem de barco para ir a Puno, as crianças frequentam a escola, inclusive há uma no Lago.


Escola em Los Uros

Em seguida, Pablo nos convida a embarcar em sua “Mercedes” (por 10 soles) para visitarmos outra ilhota.

As coloridas señoras e señoritas cantam em espanhol e quéchua canções de agradecimento.


 e se despedem de nós cantando “Vamos a la playa” e acenando. É, óbvio, uma estratégia para agradar aos turistas. E conseguem. São fofas.
   

Nem todo mundo encarou o barco de totora do Pablo, mas eu não ia perder a oportunidade de navegar numa típica embarcação do Titikaka. E registrar a aventura! 




Remando, remando, logo chegamos ao destino, uma ilha onde funciona o café mais exótico que conheci até hoje. Lá pudemos tomar um chá de muña (menta andina) quentinho e comer um pãozinho de quinoa. Nada de sol e calor por aqui. Frio, muito frio.












Dizemos adeus a Pablo e sua “Mercedes” e seguimos no nosso barco para a Isla Taquile, a cerca de 2 horas e meia de distância.

 


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