sábado, 16 de março de 2013

Sala Escura: LINHA DE AÇÃO

 Linha de ação não é uma linha reta. É um novelo com muitas voltas e reviravoltas. Ainda que um tanto exaustivas, têm sua coerência.

O cinema americano tem exposto nas telas a banda podre da polícia, da política, dos negócios, da justiça. Como em A Negociação (Nicholas Jarecki, 2012) e mesmo na história não recente, caso de Conspiração Americana (Robert Redford, 2010).

O filme de Allen Hughes vai por este caminho, jogando com questões éticas, conflitos pessoais, culpa, passando também por preconceito, seja em questões de raça, gênero ou preferência sexual. Sobretudo, Linha de Ação fala de causa e consequência, de como o caminho escolhido hoje pode desembocar, anos depois, num lugar onde não desejaríamos estar.

O policial Billy Taggart (Mark Wahlberg) mata um jovem acusado de ter estuprado uma adolescente, num bairro de classe baixa, em Nova Iorque, Village Bolton. Ele se safa da condenação e sete anos depois tem uma agência de investigação para flagrar adúlteros e vai levando sua vidinha, ao lado da namorada latina, aspirante a atriz (Natalie Martinez).

No melhor estilo “nem tudo é o que parece”, o esperto e esquentado Taggart é contratado pelo maioral da política novaiorquina (Russel Crowe), regiamente pago, para realizar uma investigação de adultério.

Na cola da bela Catherine Zeta-Jones, a investigação tomará rumos imprevisíveis. No centro de tudo, fervilhando como um caldeirão, a campanha eleitoral para prefeito da Big Apple, eleição apimentada pela discussão sobre a desapropriação de um bairro pobre – aquele lá do começo. Melhoria para o povo ou especulação imobiliária? Preocupação social ou alta jogada de políticos com magnatas da construção civil?

(Parêntesis: A esta altura, o espectador já estará farejando semelhanças com o país que sediará grandes eventos esportivos nos próximos anos.)

Drogas, lícitas e ilícitas, podem ser o estopim para um cara que não sabe lidar com suas emoções. E há uma cidade agressiva, embalada por sirenes que soam noite e dia (como são as metrópoles, cada vez mais). Na verdade, a cidade de Nova York é personagem do filme (Broken City é o título original) e a câmera explora bem seus ângulos, como se fosse um tabuleiro de xadrez onde se movem, perigosamente, peças insuspeitas.

De fato, um dos pontos fortes do filme são os movimentos de câmera que mantêm o espectador em permanente conexão com a trama, mesmo quando o roteiro comete excessos e ainda que falte charme a este filme policial, que peca em alguns momentos pela obviedade.

Uma opinião interessante na crítica de Marcelo Hessel em:
http://omelete.uol.com.br/linha-de-acao/cinema/linha-de-acao-critica/

Trailer: http://www.imagemfilmes.com.br/imagemfilmes/principal/filme.aspx?filme=103654


LINHA DE AÇÃO (Broken City)
EUA, 2012
Direção: Allen Hughes
Roteiro: Brian Tucker
109 min, 14 anos

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