segunda-feira, 22 de outubro de 2012

AGENDA: DICAS PARA OUTUBRO E NOVEMBRO

24/10 – 18h30 – VENEZUELA: VITÓRIA ELEITORAL – PERSPECTIVAS REVOLUCIONÁRIAS - A Casa da América Latina convida para a palestra com o Cônsul Geral da Venezuela no Rio de Janeiro, Edgar Alberto M.González. No auditório do SINPRO-Rio - Rua Pedro Lessa, 35 (junto ao metrô Cinelândia).
 http://www.casadaamericalatina.org.br/?q=node/3#comment-505

24/10 – 18h30 - CINECIDADE exibe dois filmes de Sérgio Péo: Associação dos Moradores do Guararapes (1979 - 12 min.) e Contradições Urbanas (1980 - 39 min.), e realiza debate com especialistas sobre questões relativas à cidade. Parceria do Centro de Arquitetura e Urbanismo (CAU) e o LeMetro – Laboratório de Etnografia Metropolitana do IFCS/UFRJ. No Centro de Arquitetura e Urbanismo (CAU) - Rua São Clemente, 117-A – Botafogo.

25/10 – 17h30 – CONVERSA DE BOTEQUIM: BAR, BOEMIA E INTELECTUAIS – O Seminário Brasil, brasis promove um encontro com Carlos Lessa, Paulo Thiago de Mello, Sergio Cabral Santos e Hermínio Bello de Carvalho. Academia Brasileira de Letras (ABL) – Av.Presidente Wilson, 203 – Castelo. http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=14101&sid=898

Falando em ABL, as sessões de cinema de outubro, novembro e dezembro vão aos tribunais, na série O Juri em Tela. Sempre às 6as. Feiras, às 18h30. http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=938&from_info_index=17
26/10 - O sol é para todos - Direção: Robert Mulligan (129min)
09/11 - Julgamento em Nuremberg - Direção: Stanley Kramer (187min)
23/11 - Os acusados - Direção: Jonathan Kaplan (111min)
30/11 - Testemunha de acusação - Direção: Billy Wilder (116min)
07/12 - O homem que fazia chover - Direção: Francis Ford Coppola (135min)

09/11 – 16h - A Estação das Letras abre mais uma vez o Quintal da Língua Portuguesa, série de encontros com escritores e artistas de língua portuguesa. Neste encontro, Laura Sandroni conversa sobre Jorge Amado. Rua Marquês de Abrantes, 177 – lj.107/108 – Tel: (21) 3237-3947 – http://estacaodasletras.com.br/


E a ESTAÇÃO PENSAMENTO, parceira da Estação das Letras segue com programação variada e gratuita (distribuição de senhas 30min antes de cada evento), na Biblioteca Popular Municipal de Botafogo. Rua Farani, 53 - Tel: (21) 3235-3799. http://www.pensamentoearte.com.br/index.php. Alguns destaques:

26/10 – 19h30 - Concerto de primavera com o Grupo No olho da rua, quinteto de samba-jazz.

27/10 - 16h às 17h – Espaço Brincar - No Escurinho do Cinema. Exibição de curtas-metragens infantis, seguida de uma atividade criativa com brinquedos ópticos.

31/10 – 19h30 – Encontros Literários - Por dentro do livro-reportagem. Com Geneton Moraes Neto, Alexandra Lucas Coelho, Mauro Ventura.
Autores conversam sobre esse gênero híbrido que une a literatura ao jornalismo

10/11 – 11h - Espaço Brincar - Fazendo Arte com Carvão. Atividades lúdicas com música, desenho e pintura. Utilizando materiais como urucum, anil e barbante, a oficina tem como objetivo despertar a curiosidade das crianças para a obra de Aluísio Carvão.

12/11, 19/11 e 26/11 – 19h às 21h - Curso Introdução à Filosofia Grega, com Drauzio Gonzaga. Necessário fazer a inscrição no site (50 vagas). http://www.pensamentoearte.com.br/inscricao.php?id=85

 

24/11 - 08h às 18h30 - I ENCONTRO BRASIL-PERU. Conexões entre as culturas negras, reunindo cinema, mesas de debates, música e danças.









Sala Escura: FESTIVAL DO RIO 2012 (2)



.Uma noite é a história de jovens cubanos que desejam fugir da Ilha para a sonhada Miami. Uma improvável co-produção EUA-Cuba, resulta num filme que até começa promissor, mas depois de meia hora de projeção já perde o fôlego e torcemos para que diga logo a que veio. Com alguns momentos inspirados e boas atuações, apesar de alguns clichês, é um filme bem intencionado, mas ao qual falta maturidade, o que, afinal, não é nenhum pecado mortal, especialmente se vem de uma mostra chamada Geração.

. Sete dias em Havana vem na contramão de Uma noite e, ainda que não escamoteie as misérias da Ilha e os malabarismos que os cubanos fazem para viver, lança um olhar menos trágico, na verdade até bem humorado, sobre a realidade cubana. É a visão de sete diferentes diretores consagrados, compondo um painel por vezes melancólico, mas capaz de nos fazer rir, de uma cidade em mutação.

Olympic faz uma seleção de 4 curtas ingleses, com alguma relação com as Olimpíadas realizadas em Londres este ano e compôs um sessão bem interessante. Do mestre Mike Leigh, Corrida de obstáculos é uma saborosa comédia sobre as peripécias de um vendedor de carros e suas estratégias para sobreviver, que o obrigam a, mesmo sem ser atleta como a mulher e as filhas, a empreender uma espécie de maratona.

E se é uma ótima surpresa, que alia uma linguagem jovem, contemporânea, a valores atemporais e universais. Na periferia de Londres, um adolescente experimenta a violência, mas, inspirado pelo poema If de Rudyard Kipling, consegue tirar lições de vida da realidade por vezes hostil que o cerca. Um prato cheio para a turma que curte bikes e skates radicais, com cenas de tirar o fôlego, embaladas por ótima trilha sonora.



O Nadador é uma experiência contemplativa e sensorial sobre a solidão de um nadador de longas distâncias.


A Odisséia traz uma importante reflexão sobre os impactos de um evento como a Olimpíada numa cidade. Desde a euforia inicial, com o anúncio da escolha de Londres como cidade-sede, até uma visão crítica da apropriação que políticos fazem do acontecimento. Uma Londres que não está nos cartões postais é mostrada, denunciando o abandono por parte do governo de programas de incentivo ao esporte, o que deixou jovens de periferia sem opções. Um filme importante especialmente para brasileiros e cariocas que terão as Olimpíadas de 2016 aqui.



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sala Escura: FESTIVAL DO RIO 2012



Este ano a seleção de filmes que assisti ficou bem abaixo da que assisti em 2011. Não sei se foi falta de sorte na escolha, ou a qualidade está inferior mesmo. Sempre dou prioridade aos filmes que reflitam a diversidade global e que têm poucas chances de entrar em cartaz.

Ainda que os filmes que vi não fossem o que de melhor se pode fazer no cinema, têm seu valor histórico, sociológico ou antropológico, nos mostrando um retrato, frequentemente nada louvável, da sociedade em diferentes cantos do planeta e em diferentes épocas. A intolerância étnica, a degradação humana pelo uso do álcool, a violência gratuita, a desesperança são marcas presentes em vários desses filmes.
 
. Lore é entre eles o mais identificado com o cinemão, com qualidades estéticas e narrativas, roteiro bem estruturado, boas atuações. O destaque vai para um olhar pouco comum sobre a 2ª Guerra e o nazismo, página da História que já mereceu centenas de livros e filmes. O que sobressai na obra de Cate Shortland é como a guerra, por onde quer que se olhe, leva o ser humano ao limite da degradação. As fronteiras da ética, compaixão, justiça, fraternidade, se perdem...
A jovem Lore, abandonada pelos pais, nazistas que passam a ser caçados ao final da guerra, se vê com a dura missão de alcançar, com seus irmãos menores, a casa da avó, num cenário de devastação. Ela se confrontará não apenas com todo tipo de dificuldade material, mas com a necessidade de rever suas convicções, herança da rígida educação alemã e, especialmente, simpatizante do Führer.
O que me incomodou no filme foi que muitas vezes a fotografia se sobrepõe à história narrada, um excesso que mais do que encantar, cansa o espectador (por exemplo, repetidamente imagens de pés, caminhando e caminhando).

.Apenas o Vento vem do leste europeu, com a história de ciganos perseguidos e assassinados na Hungria. Ao contrário do extermínio de judeus e da diáspora africana, e mesmo da matança de índios nas Américas, a questão dos ciganos não tem praticamente visibilidade na mídia, na literatura, nas artes.
O mérito do filme de Benedek Fliegauf é, sem dúvida, a denúncia. Com cores fortes, sem poupar o espectador, soa como um grito contra a injustiça que mantém sem punição os assassinos de ciganos.
Contudo, acredito que teria mais impacto se o autor optasse por um curta ou média, já que não há propriamente um roteiro e falta conteúdo para justificar os quase 90 minutos de projeção. Creio que a intenção tenha sido gerar um clima claustrofóbico, com situações repetitivas e o uso excessivo de closes, mas, a meu ver, este excesso acaba banalizando o que deveria ser impactante.
O diretor explica, na abertura, que não se trata de um documentário, embora adote um formato documental. Possivelmente teria sido um formato melhor para contar a história de famílias de ciganos assassinadas, mas (não tenho esta informação) é possível que tenha havido dificuldade em encontrar quem quisesse dar depoimentos para um filme de não ficção, daí o recurso de usar atores.

. Eu também, ainda que sombrio e mostrando um retrato nada animador da Rússia dos anos 2000, tem um toque de fantasia e esperança. Três homens e uma mulher, afogados em álcool, procuram a Torre do Sino capaz de transportá-los para um mundo de felicidade, que, afinal, é o que todos buscam. Mas o preço desta busca pode ser alto, pois a região foi contaminada por um vazamento radioativo.