sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

DONA DILMA E SEU MADRUGA


Descobri um livro que gostaria de ter ganhado de Papai Noel. Como isso não aconteceu (na verdade, eu nem sabia da existência do tal livro até ontem), já estou tratando de me presentear com esta obra indispensável. O livro em questão é Seu Madruga, vila e obra, de Pablo Kaschner, com ilustrações de Maurício Melo (sim é VILA, com “L”).

Nunca assisti regularmente ao seriado Chaves, mas, como já tive criança em casa, de vez em quando via trechos de algum episódio. Atualmente, vez por outra, zapeando aqui e ali, dou de cara com o garoto do barril e seus companheiros. Aí, me detenho, ainda que por alguns minutos, para saborear aqueles deliciosos comentários, as respostas de uma lógica ímpar com que aquelas “crianças” nos surpreendem. É um programa tosco, criado nos anos 1970, impensável num século XXI que faz da tecnologia seu “bezerro de ouro” para adoração. Por isso fico extremamente feliz quando vejo que a garotada, jovens, adolescentes e mesmo cinqüentões (como eu) curtem o programa.

Folheando rapidamente o livro, na livraria, um nome me chamou a atenção: Dilma Roussef, ainda identificada como Ministra da Casa Civil. Pois Dona Dilma dá seu depoimento ao autor, dizendo que gostaria de ter tido mais filhos e que sua menina, Paula (que amanhã desfilará ao lado da mãe na cerimônia de posse da nova Presidente), só comia assistindo ao Chaves. Pois taí: fiquei mais confiante ainda no novo governo. Tenho uma convicção particular de que quem gosta do seriado Chaves (e do Chapolim Clorado) só pode ser gente boa.

Seu Madruga, com sua ingênua esperteza, é o brasileiro, o sul-americano, o latino, o cidadão do Terceiro Mundo, que faz seus malabarismos para sobreviver, aplica seus golpes, mas tem uma doçura que o faz mais humano do que muito “bom moço”. Silvio Santos foi corajoso e teve sensibilidade em apostar no seriado, contrariando seus conselheiros.

Tomara que, com os problemas do SBT, Chaves e sua turma não fiquem sem espaço na TV aberta (atualmente é exibido também no canal a cabo Cartoon Network). E tomara que a Presidente tenha um tempinho para relaxar no sofá ou no tapete, pés descalços, esquecer os compromissos de Chefe de Estado, ser somente a Dilma, mãe da Paula e avó do Gabriel, e (quem sabe, ao lado deles) curtir o seriado mexicano. Certamente terá boas inspirações para seu governo.



Seu Madruga, vila e obra - Pablo Kaschner (ilustrações de Maurício Melo)
Editora Mirabolante
http://www.mirabolanteeditora.com.br/produtos_descricao.asp?lang=pt_BR&codigo_produto=12

5 comentários:

Amanda Aouad disse...

kk, não tinha idéia da existência desse livro e achei genial. Seu Madruga é mesmo O personagem.

bjs

Tecelã disse...

Valeu, Amanda, a visita e o comentário.
Foi mesmo uma ótima surpresa dar de cara com Seu Madruga na capa de um livro.
Bjs.

J.R. Lima disse...

Conheço pouco, ou quase nada, do Chaves e sua turma, mesmo assim, tenho grande simpatia pelo personagem e pelo programa em si. Vou procurar o livro, deu vontade... mas a melhor parte da sua postagem foi ver que nossa nova presidente tem algum senso de humor. Fico também mais otimista com relação ao governo dela.

Obrigado pela visita aos Ecos Diversos e, principalmente, pelo comentário, tão generoso e encorajador.

Um abraço!

Anônimo disse...

O Lucas adorava o Chaves. Agora tenho lido críticas de que o Bolaños era reacionário, apoiava a direita etc etc.

Pois é, nem sempre os artistas que admiramos têm a posição política que gostaríamos...

bjs

Bia

Tecelã disse...

Difícil sabermos ao certo se ele apoiava, o que apoiava, em que extensão e por quais razões. Enfim... somos assim, imperfeitos e às vezes contraditórios.
Mas o que ele nos deu com seu Chaves e o Chapolim, e todos aqueles personagens adoráveis... não tem preço. Vale mais que muitos meses de aluguel...rsrsrs...Bjão, Bia.