terça-feira, 7 de setembro de 2010

CINEMA – TEORIZANDO A MAGIA (I)


“Teorizar o cinema é buscar como ele é imagem, como representa o mundo, veridicamente ou não; é preocupar-se com sua ação social e com a maneira como modela os espíritos...” (Jacques Aumont)

Desde sua invenção, há mais de um século, o cinema tem suscitado as mais diversas interpretações, especulações, desconfianças e defesas apaixonadas. Cineastas, filósofos, pesquisadores desenvolveram conceitos e teorias a seu respeito. Mesmo a primeira exibição pública do cinema – e por extensão, sua invenção - atribuída aos irmãos Lumière e datada em 1895, é motivo de controvérsias e tem um valor simbólico. Inúmeras experiências antecederam a projeção realizada pelos Lumière, em Paris.

Conceitos e teorias sobre o cinema, sejam elaborados por cineastas ou não, são feitos de uma matéria fluida, nem sempre se pode apreendê-los, aplicá-los. Mas apontam caminhos que trazem o cinema para mais perto, para um lugar mais íntimo dentro daquele que estuda ou simplesmente assiste aos filmes, e ajudam a entender sua ação sobre corações e mentes. Não os tomamos como definitivos, verdades absolutas, mas sem dúvida nos levam a reflexões e a desenvolver novos olhares sobre as obras cinematográficas. Podemos assim melhor inseri-las em seu contexto histórico e social e também melhor vivenciá-las, seja pelo prazer ou pelo estranhamento.

Leo Charney, no texto Num instante: o cinema e a filosofia da modernidade, fala da experiência sensorial vivida no cinema e aborda concepções de pensadores do século XIX, como Walter Pater e suas reflexões sobre o “instante”, Martin Heidegger e o “momento da visão”, e, já entrando no século XX, cita Walter Benjamin e seu conceito de “choque”: a intensidade imediata seguida da diminuição imediata.

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