domingo, 20 de junho de 2010

AO SOM DAS VUVUZELAS - I


Jogadores perfilados. É uma seleção centro ou sul-americana, não registrei e esqueci. Mas vejo ainda os jovens rostos índios, morenos, negros e revivo a inesperada emoção que senti. Vejo naqueles jovens os descendentes de algum povo ancestral, com seus sonhos de liberdade. Viajei na imaginação? Talvez... mas a Copa é muito mais que futebol, convenhamos (na verdade, parece até que o futebol já nem é o mais importante nesse campeonato....).

Não vou aqui fazer um manifesto sobre a dominação européia, o extermínio de índios, o roubo de riquezas e dizimação de civilizações exuberantes, como Astecas, Maias e Incas. O que esses rostos retesados pela tensão da disputa me evoca é a própria história do homem, de suas conquistas, com suas grandezas e misérias. E, certamente, nuestra America, grande e bela, ainda que muitas vezes nós próprios, americanos, não a reconheçamos como tal.

E me vem à memória os versos de San Vicente, linda canção de Milton Nascimento e Fernando Brant: “Coração americano, um sabor de vidro e corte”.

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