quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sala Escura: SÁBADO

Dia desses me deparei com uma agradável surpresa na TV. A TV Brasil exibiu SÁBADO, de Ugo Giorgetti, que já nos deu os excelentes BOLEIROS 1 (1998) e 2 (2006), e por sorte eu zapeei na hora certa. Um adorável filme, uma mistura bem sucedida de ingredientes como o faz-de-conta da publicidade (onde nem tudo é o que parece), humor negro, personagens típicos de um decadente (mas de ilustre passado) prédio de São Paulo.

Giorgetti trata com extrema habilidade questões sociais, como a decadência das grandes cidades, a política de levar vantagem por aqueles que vivem numa sub-existência medíocre. Situações hilárias, mas nunca caricatas, levam a história de uma equipe que vai gravar um comercial de perfume num prédio do centro da capital paulista, o Edifício das Américas. Um elevador quebrado transforma o sábado num caos, onde o convívio forçado de pessoas de mundos diferentes gera as situações mais improváveis.

Improvável também é o elenco que junta atores como Otávio Augusto e Maria Padilha e Giulia Gam a Tom Zé e Jô Soares. Vinicius de Moraes já dizia que tudo pode acontecer “porque hoje é sábado” (no poema O Dia da Criação) e o filme de Giorgetti mostra isso da maneira mais competente e engraçada, ainda que por vezes trágica. Vale muitíssimo a pena correr na locadora.

SÁBADO
Direção: Ugo Giorgetti
Brasil, 1995

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