quarta-feira, 25 de novembro de 2009

DO PORÃO DE BANDEIRA DE MELLO


“...Navego e trago dentro de mim, como num porão cheio de lembranças amontoadas no decurso dos tempos, já com a linha de flutuação submersa, o registro de minhas relações com todos os lugares onde vivi, com paisagens percorridas ou imaginadas, vistas em um relance fugaz em viagens hipotéticas ou não e mais com as ideias lidas ou ouvidas nas esquinas da vida, ponte de encontro dos que se movem.... então é preciso desenhar e pintar...”

Percorrendo a exposição “Eu existo assim” na Galeria 2 da Caixa Cultural, podemos ler em cada uma das obras expostas cada palavra deste depoimento de Lydio Bandeira de Mello. Nas cores fortes do projeto para o SENAC (1995), no impacto da figura do peregrino (ou será um missionário?), com seu rosto e mãos incrivelmente expressivos, emergindo do branco (sem título, 2009), ou na suavidade/sensualidade da mulher nua, onde quase se pode sentir a textura de sua pele, do cabelo negro, ou do tecido que a cobre/descobre (sem titulo, 2004).

Das imagens pintadas ou desenhadas pelo artista, diz Angela Ancora da Luz, Diretora da Escola de Belas Artes: “...a figura humana surge vitoriosa. Ela não possui apenas ossos e músculos, pele e fisionomia. Bandeira pinta a alma...”

A exposição fica na Caixa – um pouco a casa de Bandeira de Mello, já que acolhe nas paredes do mezanino enormes painéis feitos especialmente para o edifício-sede, nos anos 1970 - até o dia 17 de janeiro. No próximo sábado, dia 28/11, Bandeira de Mello estará lá, às 15h para um debate, e às 19h numa visita guiada. Detalhes na Agenda.




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