segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Sala Escura: FALANDO GREGO


Se tem uma coisa que este filme não faz é “falar grego”. Sua linguagem é mais do que conhecida, em vários momentos é fácil antecipar o que vai acontecer. Mas funciona como diversão para uma tarde/noite sem compromisso, só pra esvaziar a cabeça dos engarrafamentos e da poluição que agride olhos e pulmões.

A história de Georgia (Nia Vardalos, de Casamento Grego), guia de turismo frustrada pelo desinteresse dos visitantes, mais empenhados em compras do que em conhecer a história grega e admirar monumentos, começa bem, tem alguns diálogos espirituosos, promete, coloca o doce na boca do espectador, mas depois o tira e cai numa mesmice de fazer dó. A moça madura entediada topa com senhor norte americano (um gorducho Richard Dreyfuss), que a fará ver a vida de outro modo e recuperar seu kefi, o prazer de viver. A falta de imaginação do título traduzido combina com o roteiro. Lá pela metade até que a história toma um fôlego, se recupera parcialmente, consegue ainda arrancar algumas risadas.

Brincando de modo nada sutil com as diferenças – tudo bem, a proposta do filme não é sociológica ou antropológica – exagera às vezes nos clichês e abusa de piadas bobas. Ainda assim, não chega a exasperar a paciência do espectador, desde que este não vá ao cinema com grandes expectativas, a não ser se divertir e ver belas paisagens gregas. As caricaturas de canadenses, espanholas, ingleses nem sempre funcionam, mas têm lá sua graça.
Vá ao cinema sem sustos, naquele dia em que estiver querendo dar um tempo nas coisas sérias, esquecer as contas a pagar ou as rusgas com o parceiro.

FALANDO GREGO (My life in ruins)
Direção: Donald Petrie
Roteiro: Mike Reiss
EUA/Espanha, 2009 – 112min