sábado, 7 de junho de 2008

ESPORTE FINO – BATON OU PÓ-DE-ARROZ?

Quarta-feira, dia de futebol. Fluminense e Boca Juniors, Maracanã lotado, jogo decisivo.
TV ligada, sem som, escrevo à mão, sabendo que não vai dar pra dormir antes do jogo acabar; as torcidas – pró e contra – não deixarão.

Meu coração rubro-negro não torce contra o tricolor das Laranjeiras, mas também não consegue se entusiasmar com um time cujo grito de guerra é “Neeeeeeeense!”. Por favor, não dá! Quando muito, se o Fla não está na parada, meu coração pende para a Estrela Solitária, reverência a Mané Garrincha e a Nilton Santos. Este último, tive o prazer de encontrar algumas vezes no Parque do Flamengo, fazendo suas caminhadas e distribuindo comida para os passarinhos. Às vezes bebíamos água de coco na mesma carrocinha, do rubro-negro Mota, e eu tinha ímpetos de dar uma beijoca naquele que alguém apelidou de “Enciclopédia do Futebol”.

Bem, voltando ao tricolor, os gritos da vizinhança me fizeram olhar para a TV, muda, e, para minha surpresa, o gol era do time argentino. Mas não foi por isso que comecei a achar o jogo interessante, mas por conta do peitoral do jogador, exposto enquanto corria com a camisa levantada. Belo exemplar da espécie, esse Palermo. Aí pensei no Chico Buarque. Por ele valeria a pena torcer pelo tricolor, mas a coisa estava ficando feia para eles.

Bem, certamente não foram meus devaneios sobre peitorais masculinos e MPB que viraram o jogo e fizeram o Flu conhecer a glória de derrotar o Boca, na última quarta-feira. E, justiça seja feita, o tricolor também desfilou belos corpos naquela noite. E tem mulher que não gosta de futebol!

Resultado? Boca com certeza prefere baton, mas no Maracanã experimentou mesmo o gosto (amargo) do pó-de-arroz. E Chico Buarque deve ter dormido bem feliz, o que deixa nosso coração – seja lá de que cor for - um pouco contente também.